Varejo alimentar atinge R$ 1,27 trilhão em 2024 – O varejo alimentar no Brasil encerrou o ano de 2024 com um crescimento de 5,4%, resultando um faturamento de R$ 1,27 trilhão. O setor continua desempenhando um papel importante na economia, já que ele corresponde a 10,84% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, estimado em R$ 11,721 trilhões para este ano, de acordo com o levantamento realizado pela Scanntech, plataforma especializada em soluções tecnológicas para o varejo e a indústria. Para Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, o desempenho positivo foi impulsionado por investimentos em eficiência operacional e inovações tecnológicas, que ajudaram a manter a competitividade.
“O setor teve diferentes obstáculos ao longo do último ano, o varejo alimentar de 2024 foi marcado pela inflação elevada e também pela alta nos custos. Além disso, tivemos diversas queimadas registradas na metade do ano, o que afetou o preço nas prateleiras de diversos produtos essenciais na rotina dos brasileiros, como a carne e o café. O saldo positivo vem por diferentes pontos que se destacaram em relação a esses desafios, como o uso da tecnologia para proporcionar uma eficiência operacional em supermercados, o que, consequentemente, eleva a rentabilidade”, explica Leandro.
Segundo estudo da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), em julho de 2024, o índice de eficiência operacional atingiu 98,13% em 2023. Em contrapartida, as perdas operacionais ainda refletem à 1,87% do faturamento, equivalendo à bilhões de reais. Para o especialista em gestão de supermercados, apesar desses números evidenciarem o impacto das falhas na operação, também são responsáveis por apontar um caminho claro para a evolução do setor.
“É possível que a eficiência operacional impulsione o crescimento de supermercadistas de diversas formas, uma das principais é a automação através do uso de self-checkouts. O autoatendimento já vem conquistando os brasileiros, estima-se que 7 em cada 10 consumidores preferem usar o método inovador durante as suas compras. Além de atrair o público, o modelo também ajuda a reduzir custos e realocar funcionários em outras funções mais importantes para o funcionamento do estabelecimento, como na gestão de estoque”, Rosadas afirma.
Para Leandro, o crescimento de e-commerce em supermercados também foi um fator benéfico para o setor, já que se encontra em um crescimento exponencial no país, uma mudança nos hábitos de consumo entre brasileiros. Não à toa, a pesquisa feita pela NIQ Ebit revelou que o comércio virtual registrou um crescimento de 18,7% no primeiro semestre de 2024, marcando um faturamento de um faturamento de R$ 160,3 bilhões no período.
A disponibilidade de sites e marketplaces para as redes supermercadistas proporciona uma maior fidelização de cliente, também sendo um grande fator para o aumento do seu faturamento. Nos últimos anos, vemos que muitos consumidores dão uma maior atenção à sua comodidade, preferindo realizar as suas compras online para evitar filas. Dessa forma, não gastam muito tempo realizando tarefas corriqueiras em vez de utilizar esses minutos para sair com os amigos e a família. Um outro ponto, é que por meio do e-commerce é possível alcançar o público de bairros mais distantes e também ter um canal extra de vendas”, pontua o especialista em gestão de supermercados.
O cenário para 2025
Segundo Leandro, é fundamental que redes supermercadistas se adaptem e utilizem os mecanismos para não perder sua relevância no setor. Para ele, o futuro do varejo alimentar dependerá de um equilíbrio entre inovação, eficiência e adaptação às novas demandas dos consumidores. O investimento em tecnologia, sustentabilidade e experiência do cliente será fundamental para manter o crescimento.
Varejo alimentar atinge R$ 1,27 trilhão em 2024