Trigo plantado em São Borja escapou do granizo, mas importações seguem em preços altos

Tempo fechou também para as importações. O Brasil compra o trigo da Argentina, que depende dos mercados da Rússia e da Ucrânia
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O trigo recém plantado em São Borja escapou do granizo que caiu nos últimos dias, mas o valor das sacas de importações seguem em preços elevados.  A região de Nhuporã, que fica dentro do município de São Borja no Rio Grande do Sul registrou uma intensa chuva de granizo nos últimos dias, uma situação que foi bem localizada, mas que pode trazer prejuízos para as lavouras.

Segundo o engenheiro agrônomo do Sindicato Rural de São Borja/RS, Albano Antônio Strieder, apesar de muito intenso, o evento de granizo foi bem localizado em uma região dentro do município e ainda não há impactos registrados as lavouras.

“A princípio, estragos em lavouras ainda não foram relatados, até porque o trigo ainda está pequeno e recém foi plantado em algumas áreas. No entanto, ainda não sabemos a dimensão desse evento, mesmo que seja em uma área pequena”, explica Strieder.

Guerra aumenta preços do trigo

O aumento do preço do trigo está ligado à guerra na Ucrânia. Grande parte do trigo que o Brasil compra vem da Argentina, mas o país disputa os mesmos mercados que a Rússia e Ucrânia. Quando os preços desses países sobem, os da Argentina acompanham esse movimento. “Por isso, o trigo importado chega muito mais caro nos portos brasileiros”, explica o gerente de relacionamentos da hEDGEpoint Global Markets, Roberto Sandoli.

Uma das principais preocupações dos produtores, que também foi amplificada com os conflitos na Ucrânia, é a originação e precificação de fertilizantes. Com isso, tanto para a safra de inverno, quanto para a safra de verão de 2022/23, é fundamental a realização de um manejo racional de insumos.

Esse, inclusive, foi outro tema abordado durante o evento. Segundo o doutor em Agronomia e professor adjunto da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Marcelo Augusto Batista, o uso racional dos fertilizantes é importante para uma maior eficiência neste momento, em que há escassez e custo elevado desses produtos no mercado.

“Muitas vezes, existe a inadequação nas fontes usadas, formas de aplicação, épocas de aplicação, e tudo isso influencia na eficiência. Tentamos sempre instruir a como, qual e quanto fertilizante utilizar”, conta. Contudo, para Marcelo, a safra de trigo de 2022 não deve representar problemas para os produtores em relação aos insumos. “Eles já foram comprados e entregues”, indica.

Trigo São Borja granizo

 

Fonte: Notícias Agrícolas