Super Quarta: COPOM mantém Selic a 10,50% com vigilância na inflação

Especialistas do mercado financeiro repercutem comunicado divulgado na noite desta quarta (31). Oportunidades, desafios e vigilância na economia externa e interna.
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Super Quarta COPOM Selic

Super Quarta: COPOM mantém Selic a 10,50% com vigilância na inflação – Nesta quarta (31), o Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu pela manutenção da taxa de juros Selic em 10,50%. A decisão já era um consenso entre os analistas do mercado. Em comunicado, o Banco Central deixou claro diversas preocupações como as relacionadas às questões fiscais e ao câmbio.

De acordo com o economista, gestor de investimentos e sócio da Matriz Capital Asset Luiz Rogé, o comunicado foi mais ‘hawkish’ do que o anterior, ou seja, pode haver alta em juros. Na medida em que levantou uma variável que até então não havia sido levantada antes, que é exatamente a desvalorização do real ou a valorização do dólar frente ao real.

Essa questão cambial foi expressamente mencionada no comunicado e como um fator inflacionário assim como também como um fator que altera a expectativa de inflação. Por conta disso, o Banco Central irá monitorar o comportamento dessas variáveis, o câmbio, para então determinar juntamente, com todas as outras variáveis que eles normalmente acompanham, as próximas decisões de política monetária nas próximas reuniões do Copom.

Segundo o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, havia um grupo no mercado financeiro que estava desconfortável, imaginando a possibilidade de uma alta. O comunicado do Banco Central veio bastante similar ao anterior, destacando pontos como a piora na situação fiscal e a inflação de serviços, mas sem sinalizar claramente uma alta de juros em setembro.

Quem defende uma alta de juros pode argumentar que a deterioração das expectativas fiscais e a demora na convergência da inflação de serviços justificam essa posição. No entanto, entendo que o Banco Central agiu corretamente ao manter o tom do comunicado semelhante ao anterior. “Duas reuniões atrás, vimos uma divisão; na última, o corte de juros foi interrompido, e esta seria a primeira manutenção após essa pausa. Não faria sentido mudar de direção abruptamente e subir os juros em setembro”.

 

Impactos dos juros da Selic na compra do imóvel, anunciados na Super Quarta pelo COPOM  

Conforme o especialista em direito imobiliário e sócio do Tapai Advogados, Marcelo Tapai, neste cenário de manutenção de uma taxa de juros mais alta existe um risco de impacto nos preços dos imóveis, já que as taxas e condições do financiamento são calculadas com base na realidade econômica no momento da entrega do imóvel, que pode ser muito diferente da realidade apresentada quando compra de um apartamento na planta foi negociada.

Vale reiterar que a taxa Selic não é propriamente a taxa do financiamento imobiliário, mas um balizador que os bancos usam para fixar os percentuais cobrados nos empréstimos. Para quem comprou um imóvel na planta uma possível mudança na economia é um problema sério que pode inviabilizar por completo a finalização do negócio. Isso porque os chamados imóveis na planta são um compromisso de compra futura de um imóvel que não existe e ainda será ou está sendo construído. Nessa fase o consumidor paga as chamadas “parcelas de obra” diretamente para a incorporado e somente após a conclusão definitiva da construção que ele busca o financiamento bancário.

“Importante não perder de vista que, antes de momento chegar o promitente comprador precisa pagar as parcelas da obra, cujo montante do saldo devedor é sempre corrigido pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), índice inflação do setor.”

Oportunidades de ganhos aos planos previdenciários

De acordo com o diretor financeiro e de investimentos da BB Previdência, Ricardo Serone, o cenário  traz mais oportunidades de ganhos para os planos previdenciários fechados com ativos livres de risco, como os títulos públicos e os atrelados ao CDI. “Com a expectativa de a Selic estacionar em 10,50% até o final de 2024, a janela de rentabilidade em Renda Fixa, como títulos públicos e CDI, é prolongada, aumentando as oportunidades nesses investimentos”, explica Serone, observando, entretanto, que no curto prazo o cenário pode ser de volatilidade. “Mas no médio e no longo prazos esse movimento será muito benéfico para as carteiras.”

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A produção reúne depoimentos dos ex-líderes Carlos Calcagnotto, Idalice Manchini e Neure Fedrizzi, como também do atual presidente, Rossano Boff, destacando momentos marcantes e projetos que refletem a força e a relevância da entidade por sete décadas.