Santa Cruz do Sul recebe edição do Giro pelo Rio Grande – A Fecomércio-RS promoveu noite de terça-feira (10/9) a 4º edição do Giro pelo Rio. O evento reuniu mais de 200 pessoas no auditório do Sicredi Vale do Rio Pardo, em Santa Cruz do Sul e trabalhou o tema “Desafios do Brasil em um ano eleitoral”.
O debate teve participação do cientista político, Fernando Schuler e do consultor econômico Marcelo Portugal, com mediação do economista e gerente de Relações Governamentais da Federação, Lucas Schifino.
Na abertura, o presidente do Sindilojas Vale do Rio Pardo, Mauro Spode, destacou a resiliência do empresariado diante das dificuldades impostas pelas enchentes que atingiram o Estado e agradeceu à Federação pela escolha da cidade para realizar o evento. “Se há uma característica que define o varejista, é a resiliência. Quando a crise bate em nossas portas, o comerciante abre a janela da superação. Foi isso que vimos na nossa região”, pontuou.
O presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, reforçou o papel da entidade frente às questões que atingem o setor terciário. “A Fecomércio, como representante do setor que mais emprega e mais gera PIB e renda, tem a obrigação de procurar sempre melhorar o ambiente para as empresas fazerem negócios e crescerem. O Giro pelo Rio Grande está alinhado a essa missão”, enfatizou.
Equilíbrio das contas
Primeiro palestrante da noite, o economista e consultor da Federação, Marcelo Portugal, trouxe a temática do ajuste fiscal. De acordo com o especialista, o principal desafio é fazer o Estado caber dentro do PIB. Para este ano, o economista enfatiza o desafio de controlar e dívida pública. “Já elevamos a dívida em 6,8 pontos percentuais do PIB. O Brasil tem um problema que não consegue controlar a despesa para caber dentro da inflação.”,
Portugal apresentou um comparativo da arrecadação de ICMS no Rio Grande do Sul entre 2023 e 2024 e afirmou que, mesmo após a enchente, houve um ganho de R$ 530 milhões em relação ao orçado. “O desafio de contenção de gastos não é apenas em nível federal. No RS o problema é similar.”
Segundo ele, o forte desempenho da agropecuária deve permitir um PIB positivo próximo de 1,5% para o RS, mesmo com o advento das enchentes. “A enchente atrapalha, mas não é dramática. O problema é o impacto que teremos a longo prazo em virtude da destruição de capital público, privado e de infraestrutura. Isso reduz o crescimento potencial da economia gaúcha nos próximos anos”.
O cientista político Fernando Schuler apresentou o panorama “Brasil 2024”, com os principais pontos de atuação do atual governo, como a Lei das Estatais e o fim das privatizações. Questionado sobre o futuro do País, o especialista destaca que “precisamos de produtividade”, e “não se pode contar” com o índice demográfico para o aumento de renda per capita.
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