Projeções da economia do Brasil para 2024 apontam desasceleração de 3% para 1,5%. Após uma semana agitada, com IPCA-15, dados de produção industrial e CAGED no Brasil, vem pela frente dias ainda mais cheios, tanto no cenário doméstico quanto internacional.
O principal dado econômico da semana será, sem dúvidas, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, apresentado pelo IBGE na terça-feira. O Bradesco tem expectativa de queda de 0,3% em relação ao trimestre anterior, apresentando a primeira queda de atividade econômica desde o segundo trimestre de 2021.
“Estimamos uma queda de 0,2% em relação ao trimestre anterior, com um crescimento de 1,9% em relação ao ano de 2022. A maior contribuição negativa vem da agricultura (-5,1% em relação ao trimestre anterior; +9,4% em relação ao ano anterior), enquanto o setor de serviços deve desacelerar para +0,2% em relação ao trimestre anterior (+1,3% em relação ao ano anterior), em comparação com um crescimento de 0,7% no trimestre anterior. Finalmente, estimamos um aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior (+1,8% em relação ao ano anterior) na indústria, impulsionado pelo setor extrativo”, entende a equipe econômica do Itaú.
Projeções economia Brasil 2024: investimento direto
Antes disso, na segunda-feira, o Banco Central apresentará nota à imprensa sobre transações correntes e de IDP (Investimentos diretos no país), com números de outubro. O Bradesco projeta queda de US$ 500 milhões para as transações e avanço de US$ 4 bilhões no IDP. Será conhecida também a quantidade de emplacamentos de veículos de novembro e o IPC, pelo FIPE, com dados de novembro.
“Esperamos um déficit de US$ 1,4 bilhão na conta corrente, em comparação com o déficit de US$ 5,8 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado”, pontua o Itaú, sobre os dados que serão divulgados pelo BC.
No dia seguinte, será apresentado o Indicador Antecedente de Emprego, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de novembro, enquanto o BC trará também dados da política monetária e operações de crédito. Na terça, será divulgado também o Índice PMI composto pelo IHS Markit.
Na quarta-feira, a FGV trará o IGP-DI. “Esperamos um aumento mensal de 0,58%, levando a taxa anual para -3,5%, ante -4,3% em outubro. Tanto os preços no atacado da indústria quanto da agricultura podem acelerar”, considera o Itaú. Serão conhecidos os dados de política fiscal e fluxo cambial do BC, assim como os números da produção e venda de veículos em novembro pela Anfavea.
A semana será encerrada, em divulgados, com a apresentação do IPC-S da FGC e os indicadores industriais de outubro da Confederação Nacional da Indústria. No campo político, a expectativa é de continuidade da agenda intensa que o Congresso tem apresentado nas últimas semanas.
Fundos offshore
Nos últimos dias, o Senado seguiu com a aprovação da proposta de alteração na tributação de fundos offshore e exclusivos. O projeto poderia aumentar a receita em R$ 20 bilhões no ano que vem e seria peça fundamental para que o Governo Federal cumprisse a meta de déficit zero em 2024. O texto foi enviado para sanção presidencial.
“Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o pedido do governo para emitir um crédito extraordinário para pagar o acúmulo de dívidas judiciais (precatórios) de 95 bilhões de reais. Ainda não está definido quando exatamente esse pagamento ocorrerá (assumimos que seja no próximo ano, mas há alguma possibilidade de que ocorra ainda em 2023)”, comenta a equipe econômica chefiada por Mario Mesquita.
Para a semana que vem, três assuntos devem dominar as atenções de investidores. A votação de vetos presidenciais pelo Congresso deverá ter lugar assim como as discussões sobre o projeto de subvenções do ICMS.
A votação dos vetos está marcada para 7 de dezembro e é possível que seja contestado o veto do presidente que derrubou a prorrogação das desonerações da folha de pagamento. Além disso, deverá constar na pauta a votação final do Senado sobre tributação das atividades de apostas online.
Projeções economia Brasil 2024
Fonte: Infomoney