Pesquisa do IBEF-RS demonstra preocupação com cenário econômico – Conduzido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Rio Grande do Sul (IBEF-RS) e pela Unisinos/Escola de Gestão e Negócios (EGN), o Índice de Confiança dos Executivos de Finanças (iCFin) de 2025 revelou uma piora na percepção dos executivos de finanças gaúchos sobre o ambiente econômico e político do país. Os respondentes da pesquisa representam lideranças de alto nível e de grande experiência no mercado.
O estudo indicou um cenário de maior instabilidade, principalmente nos aspectos macroeconômicos. Baseado em pesquisas sobre índices similares investigados em outras regiões do Brasil e em outros países, o iCFin tem como responsáveis técnicos o professor de Estratégia e Governança do Programa de Pós-Graduação (PPG) de Ciências Contábeis e de Engenharia de Produção da Unisinos, Dr. Carlos A. Diehl, e o professor de Finanças e Governança do PPG de Ciências Contábeis da universidade, Dr. João Zani.
“Nosso propósito é fazer com que o iCFin se torne uma ferramenta relevante para os associados do IBEF-RS e para toda a comunidade empresarial, auxiliando nas decisões estratégicas voltadas ao desenvolvimento dos negócios”, explica Túlia Brugali, vice-presidente do IBEF-RS. Adicionalmente, o Dr. Carlos A. Diehl destaca que “os índices de confiança são essenciais para compreender as expectativas dos agentes econômicos em relação ao desempenho da economia, funcionando como um importante indicador macroeconômico”. Além disso, esses índices têm a vantagem de antecipar informações devido à sua rapidez na medição, em comparação com outros indicadores econômicos.
O iCFin tem como objetivo mostrar a confiança dos executivos de finanças gaúchos quanto ao desempenho do País e dos negócios nos próximos 12 meses. A escala vai de -5 a 5 pontos, sendo +5 a máxima confiança e -5 para a total falta de confiança. O estudo mostra ainda a percepção dos gestores com relação a itens como PIB, inflação, juros e câmbio e perspectivas de investimentos e fontes de financiamento.
Conforme os números divulgados na edição de 2025, a confiança dos executivos financeiros totalizou -0,70, valor ligeiramente negativo (pelos indicadores utilizados), demonstrando pessimismo em relação ao futuro. Os entrevistados registraram como a maior preocupação o ambiente político nacional, que teve uma confiança negativa de -3,45. Em relação à perspectiva da economia, o resultado também foi negativo: -2,41. A confiança maior dos executivos de finanças gaúchos está na própria empresa em que atuam, com expectativa favorável de 1,81 e no setor da própria empresa, com 0,70.
A terceira edição também trouxe uma novidade: a análise da confiança no cenário internacional. Quanto a essa perspectiva, a expectativa é pessimista, devido às turbulências geopolíticas do governo de Donald Trump nos Estados Unidos. Recentemente, o presidente americano anunciou a taxação em 10% para itens produzidos no Brasil, além do aço e do alumínio, que já estavam em 25%.
Túlia ressalta a riqueza dos dados presentes na pesquisa, que podem influenciar diretamente as estratégias de negócios dos líderes empresariais. “Um executivo com menor confiança tende a ser mais cauteloso, o que pode levá-lo a evitar investimentos em expansão e novos empreendimentos, optando por reduzir estoques, cortar despesas gerais e adiar investimentos em novos projetos e instalações”, complementa Túlia. Por outro lado, ela aponta que “um executivo mais confiante pode gerar o efeito oposto, resultando em aumento na produção, novas contratações ou lançamentos de projetos, o que impulsiona a demanda por crédito”.
Pesquisa do IBEF-RS demonstra preocupação com cenário econômico