Mercado livre já responde por 40% da energia consumida no Brasil

A busca por competitividade, controle de custos e alinhamento a metas de sustentabilidade está levando empresas de diferentes portes e setores a migrarem para o Mercado Livre de Energia.
Mercado livre já responde por 40% da energia consumida no Brasil

Mercado livre já responde por 40% da energia consumida no Brasil – A busca por competitividade, controle de custos e alinhamento a metas de sustentabilidade está levando empresas de diferentes portes e setores a migrarem para o Mercado Livre de Energia. O modelo, que permite a contratação direta de fornecedores fora do ambiente regulado das distribuidoras locais, já representa cerca de 40% de todo o consumo de energia elétrica no Brasil, conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O avanço do setor foi tema de apresentação do CEO da Spirit Energia, Uberto Sprung Neto. A empresa é especializada em assessoria para migração e gestão de contratos nesse ambiente. De acordo com Sprung, o principal atrativo do mercado livre é econômico. “Dependendo do perfil de consumo e da negociação contratual, é possível alcançar uma redução de até 20% nos custos com energia. Além disso, o modelo oferece previsibilidade orçamentária e permite a contratação de fontes 100% renováveis como solar, eólica ou biomassa”, afirma.

Novo perfil de consumidor

Criado nos anos 1990, o Mercado Livre de Energia era restrito a grandes consumidores. A partir de 2024, a abertura para empresas com demanda inferior a 500 kW — como redes de varejo, escritórios e indústrias de médio porte — ampliou o acesso ao modelo. Para Sprung, essa mudança é um divisor de águas. “Hoje, qualquer empresa conectada em média ou alta tensão, com fatura mensal a partir de R$10 mil, já pode avaliar a migração. O segredo está em uma assessoria bem estruturada, que viabilize o processo com segurança jurídica e técnica”, explica.

Segundo o CEO, o primeiro passo para ingressar na modalidade Mercado livre já responde por 40% da energiaé entender o perfil de consumo da empresa e, a partir disso, estruturar um contrato personalizado com o fornecedor ideal. “O mercado está amadurecendo rapidamente e o crescimento deve se acelerar com o fortalecimento da agenda ESG nas empresas”, projeta.

Entenda o funcionamento

Mesmo com a mudança de fornecedor, a distribuidora local segue responsável pela entrega da energia e pela manutenção da rede elétrica. “Eventuais falhas no fornecimento continuam sendo resolvidas pela concessionária”, esclarece Sprung.

Apesar das vantagens, o retorno ao mercado regulado não é simples: o prazo de readmissão pode chegar a cinco anos. “É por isso que defendemos uma assessoria cuidadosa. Com acompanhamento adequado, não há razão para querer voltar ao ambiente anterior — pessoalmente, nunca vi uma empresa bem assessorada tomar essa decisão”, garante o CEO.

Para consumidores residenciais, o acesso ao mercado livre ainda não está liberado. No entanto, há propostas em tramitação para que a abertura ocorra até 2028, o que deve ampliar ainda mais a liberdade de escolha dos brasileiros na contratação de energia elétrica.

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