Meeting Jurídico reforça relevância dos programas de compliance

No Rio Grande do Sul foram registrados 3.506 casos de assédio moral em 2023 conforme números do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região. Neste ano, até o momento, 2.105 novos casos foram registrados.
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Meeting Jurídico reforça relevância dos programas de compliance
Foto: Sérgio Gonzalez/Divulgação

Meeting Jurídico reforça relevância dos programas de compliance – No Rio Grade do Sul foram registrados 3.506 casos de assédio moral em 2023. Neste ano, até o momento surgiram 2.105 novos casos. Os números de processos são do Tribunal Regional do Trabalho da Região e foram apresentados pela coordenadora da Comissão de Assuntos Trabalhistas da Divisão Jurídica da FEDERASUL, Adriana Schnorr durante o Meeting Jurídico realizado na sexta-feira (25), que teve como tema o “O impacto do assédio nas relações de trabalho”. Ela explicou que os dados talvez não reflitam o número de ocorrências, mas demonstram mais conscientização sobre o tema e maior segurança em revelar casos já existentes.

O Meeting Jurídico trouxe como debatedoras, a juíza do Trabalho e mestre em Direitos Humanos pela Universidade de Indiana, EUA, Aline Fagundes e a diretora de Integridade da Corsan/Aegea e integrante da Comissão de Ética e Compliance da Divisão Jurídica da FEDERASUL (Copec), Carine Bastos Oro. Adriana Schnorr revelou ainda que conforme dados do Conselho Nacional de Justiça, de 2020 a 2023 a Justiça do Trabalho julgou em todas as instâncias mais de 419 mil ações envolvendo assédio moral e sexual no país. A especialista disse que para evitar esse tipo de processo, as empresas devem adotar um bom programa de compliance, ou seja, um conjunto de disciplinas com as políticas e as diretrizes estabelecidas para suas atividades a fim de detectar e investigar quaisquer desvios que possam ocorrer. “Além de manter um bom ambiente de trabalho, é fundamental que haja dentro da empresa um canal onde as pessoas possam denunciar ao se sentirem assediadas”.

A juíza do Trabalho Aline Fagundes, destacou que o assédio sexual normalmente é praticado de forma velada, sem testemunhas, o que dificulta a prova. Entretanto, complementou, “nunca deixou de existir nas relações”. A magistrada disse que o aplicativo WhatsApp tem facilitado nas comprovações. Acrescentou que as demandas na justiça ocorrem com mais intensidade após o rompimento dos contratos de trabalho, quando as pessoas se sentem mais seguras para denunciar. Entre os segmentos que mais registram processos de assédio destacou o de serviços terceirizados e o poder público.

A integrante da Comissão de Ética e Compliance da Divisão Jurídica da FEDERASUL (Copec), Carine Bastos Oro disse que os programas de integridade das empresas estão evoluindo considerando as mudanças nas relações e a necessidade de ter profissionais capacitados para acolher quem está sofrendo assédio. “As empresas estão preocupadas e trabalhando cada vez mais de forma preventiva ao investir em ambientes de trabalho seguros”.

Meeting Jurídico reforça relevância dos programas de compliance