Inadimplência no RS permanece abaixo do pré-enchente

O percentual de adultos com restrição em crédito, cheque ou protesto no Rio Grande do Sul voltou a crescer em agosto, embora siga abaixo do constatado em abril – antes dos alagamentos históricos.
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Inadimplência no RS permanece abaixo do pré-enchente

Inadimplência no RS permanece abaixo do pré-enchente – O percentual de adultos com restrição em crédito, cheque ou protesto no Rio Grande do Sul voltou a crescer em agosto, embora siga abaixo do constatado em abril – antes dos alagamentos históricos. Por outro lado, houve redução da inadimplência das empresas no período. Segundo o Indicador de Inadimplência CDL POA, elaborado pela Assessoria Econômica da Entidade com base nas informações restritivas da Equifax / Boa Vista, a inadimplência de pessoas físicas totalizou 31,36% em agosto no Rio Grande do Sul, enquanto em Porto Alegre o percentual foi de 32,60%. Hoje são 2,689 milhões de CPF’s na base de dados da Equifax | Boa Vista no âmbito estadual e 350.438 na Capital, de acordo com estimativas próprias que consideram o Censo de 2022, do IBGE.

Os percentuais de pessoas jurídicas com limitação em crédito, cheque, protesto ou ação judicial exibiram nova retração em agosto, pelo terceiro mês consecutivo. O índice passou de 14,11% para 13,88% no RS e diminuiu de 15,20% para 14,87% em POA. Ambos os números recuaram para níveis próximos aos de maio de 2023, ou seja, são os menores em mais de um ano. Se utilizadas as estatísticas do Mapa das Empresas, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o total estimado de CNPJ’s com negativação em termos absolutos alcança 202.556 para o RS e 34.931 para a Capital.

As altas recentes estão associadas ao uso gradual dos recursos injetados na economia gaúcha após as inundações. O consumo, em grande parte voltado para a recuperação de patrimônio, tem impulsionado a atividade econômica a curto prazo. Em agosto, a arrecadação de ICMS cresceu 27,8% em relação ao mesmo período de 2023, já corrigida pelo IPCA. Segundo o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, “como o dinheiro não está sendo reposto, seja via adiantamentos de outros benefícios do governo, pagamentos de novos auxílios e concessões adicionais de determinadas carências, os indicadores aumentam.”

A possível elevação da Taxa Selic na próxima semana, prevista por analistas, apresenta um desafio para o futuro, já que a alta nos juros impacta diretamente o custo de financiamentos e empréstimos. Por outro lado, o mercado de trabalho se mantém resiliente, com uma baixa taxa de desemprego e crescimento real da massa salarial. “Apesar do impulso fiscal ter sido forte no primeiro semestre, com a antecipação de despesas com precatórios e Previdência, sua intensidade deve reduzir até o final do ano”, acrescenta Frank.

Os indicadores permaneceram estáveis de setembro de 2023 até maio de 2024, quando ocorreram as enchentes. A partir daí, observou-se uma queda, embora os resultados ainda superem os de 2022 no mesmo período. A injeção de recursos aos consumidores gaúchos tem sido um fator importante nessa dinâmica recente.

Além disso, houve liberação de crédito aos empreendedores, mas em volume inferior ao anunciado pelo governo federal. “Dos R$ 58,9 bilhões prometidos, incluindo R$ 25,5 bilhões pelo Pronampe, apenas 26% foram efetivamente repassados, e no caso específico Pronampe, menos de 10%,” destaca Oscar Frank, economista-chefe da CDL POA.

Inadimplência no RS permanece abaixo do pré-enchente