Semana decisiva para Ibovespa: Petrobras ganha R$ 56 bi de valor, Americanas cai 16%

Banco do Brasil também teve forte ganho de valor de mercado, de R$ 15,8 bilhões na semana, enquanto MRV teve segunda maior queda do Ibovespa
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Semana decisiva para Ibovespa: Petrobras ganha R$ 56 bi de valor, Americanas cai 16%. Em uma semana bastante movimentada e com as ações sofrendo impacto de dois eventos cruciais para o mercado brasileiro, entre os grandes destaques de alta do mercado brasileiro estiveram as estatais. A Petrobras (PETR3;PETR4) renovou máximas histórias (também impactada pelo preço do petróleo, que subiu 2% na semana) com alta de 11,87% para ON (R$ 41,56) e de 12,87% para PN (R$ 37,72) nas últimas cinco sessões, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) também esteve entre as maiores altas do índice no período, com ganhos de 14,10%, a R$ 44,68.

Com isso, a Petrobras passou de um valor de mercado de R$ 463,7 bilhões no fechamento de sexta-feira passada (14) para R$ 520,6 bilhões na sessão desta sexta (21), um ganho de R$ 56,9 bilhões de valor. Já no caso do BB, o valor de mercado passou de R$ 112,2 bilhões para R$ 128 bilhões, ou um ganho de R$ 15,8 bilhões em valor de mercado.

Ibovespa, Petrobras e Americanas

No início desta semana, o Credit Suisse rebaixou a recomendação para os ADRs (recibo de ações, ou ativos negociados na Bolsa de Nova York) da Petrobras (PETR3;PETR4) PBR (equivalente aos ordinários) para equivalente a neutro.

“Certamente, os fundamentos fornecem bases sólidas para o atual preço das ações – ou valuations ainda mais altos. No entanto, após o forte desempenho das ações, pensamos que a assimetria de curto prazo levando em conta a eleição não é mais favorável. Assim, rebaixamos o papel, pois preferimos reduzir a exposição e esperar a etapa final da volatilidade eleitoral”, avaliaram os analistas.

Como destacaram os especialistas, a volatilidade eleitoral ganhou força nesta semana, com os ativos da estatal subindo e a Bolsa ganhando força em meio às recentes pesquisas eleitorais. Os últimos levantamentos têm mostrado um estreitamento na diferença entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na corrida presidencial.

Datafolha de quarta-feira mostrou Lula estável com 49% das intenções de voto no segundo turno, enquanto Bolsonaro oscilou 1 ponto para cima e foi a 45%, no limite do empate técnico. Outras pesquisas têm mostrado a mesma tendência, o que reforça o otimismo da equipe bolsonarista. No primeiro turno, os principais levantamentos subestimaram os votos do presidente e candidato à reeleição.

Há uma indicação mais positiva do mercado levando em conta o perfil econômico do governo Bolsonaro, com menor presença do Estado na economia, mais favorável a privatizações, o que se reflete em certo ânimo nos pregões quando o presidente e candidato a reeleição avança contra o petista.

Ao término do primeiro turno, quando Lula venceu com uma diferença menor do que as pesquisas apontavam e a eleição no Congresso mostrou uma configuração mais centro-direita, houve certa euforia, principalmente nas ações de estatais como Petrobras e Banco do Brasil.

Lula tem recebido apoio de pessoas que são pilares em termos de formulação da política econômica, como o Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Pérsio Arida. Contudo, a falta de detalhamento sobre seu posicionamento na área e também sobre quem será seu potencial ministro da Fazenda traz certo desconforto.

“Isso continua sendo um grande enigma”, avaliaram estrategistas do JPMorgan em relatório a clientes, reforçando que desafios fiscais são altos e ainda não estão sendo abordados.

Ibovespa Petrobras Americanas

Outro extremo: e-commerce e MRV em queda

Já entre as maiores quedas do Ibovespa, apesar da recuperação desta sexta-feira com o ânimo geral dos mercados, estiveram as ações de empresas varejistas voltadas para o e-commerce, já de olho na temporada de balanços. Americanas (AMER3), Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3estiveram entre as maiores quedas na semana, com AMER3 liderando as baixas, em queda de 16,69% nas últimas 5 sessões. VIIA3 teve baixa de 8,26%, enquanto MGLU3 diminuiu as perdas nesta sexta e fechou a semana em baixa de 5,03%.

“No geral, esperamos que o terceiro trimestre seja de resultados fracos para o setor [varejista], diante da renda disponível ainda pressionada, desafios relacionados ao clima e uma base de comparação mais normalizada”, disse relatório da XP, divulgado na quinta-feira.

Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2022 da Bolsa brasileira

A equipe de análise da casa avalia que o crescimento do e-commerce segue pressionado e que a queima de caixa continua. A expectativa é de que o varejo físico continue a se recuperar, mas o on-line continue desacelerando, principalmente na parte de estoques próprios (1P).

Também entre as maiores perdas e destoando do setor, MRV (MRVE3) terminou a semana em segundo lugar (atrás apenas de AMER3), com os investidores também de olho nos balanços. A queda de MRVE3 foi de 11,42%.

A companhia divulgou dados da prévia operacional do terceiro trimestre e queima de caixa que levaram a ação a cair mais de 11% na segunda-feira e trouxe a perspectiva de resultados fracos para o terceiro trimestre.

O  Itaú BBA decidiu rebaixar as ações da MRV de outperform para market perform (equivalente à neutro) após assimetria menos atraente depois da prévia operacional. O preço-alvo foi reduzido de R$ 15 para R$ 12. Nesta sexta, as ações também caíram forte, com baixa de 7,18%.

Ibovespa Petrobras Americanas

Fonte: InfoMoney

 

A produção reúne depoimentos dos ex-líderes Carlos Calcagnotto, Idalice Manchini e Neure Fedrizzi, como também do atual presidente, Rossano Boff, destacando momentos marcantes e projetos que refletem a força e a relevância da entidade por sete décadas.