Giro pelo Rio Grande reúne empresários no Sul do Estado – A região Sul do Estado recebeu a penúltima edição do Giro pelo Rio Grande. Promovido pela Fecomércio-RS, o evento contou com a participação do cientista político, Fernando Schuler, do consultor econômico Marcelo Portugal, mediados pelo economista e gerente de Relações Governamentais da Federação, Lucas Schifino. Com o tema “Desafios do Brasil em um ano eleitoral”, Portugal e Schuler debateram sobre os rumos que as cidades podem tomar com o processo das urnas.
Inicialmente, Marcelo Portugal destacou que o principal desafio é o ajuste fiscal, fazendo um resgate histórico sobre medidas que foram bem-sucedidas para o controle da inflação e eliminação das crises de balanço de pagamentos, como a liberação do mercado de câmbio. Outro aspecto abordado foi a criação do Teto de Gastos para o controle das contas públicas, mostrando a evolução do Resultado Primário do Governo Central (% do PIB), 1997-2026. “O Teto de Gastos estava Funcionando, mas foi extinto”, pontuou.
Nesse contexto, o economista falou sobre o Arcabouço Fiscal. A estratégia consiste em uma forte expansão fiscal em 2023, com a PEC da Transição que aumentou o gasto público em R$ 200 bilhões; e a promessa de corrigir isso via Arcabouço. “O Arcabouço Fiscal requer elevação contínua de receita para custear a forte expansão da despesa em termos reais”, explica. Além disso, também foram criadas as novas “pedaladas fiscais”, como o programa Pé de Meia, o Gás para Todos, a apropriação de recursos esquecidos nos bancos e a renegociação de dívida dos estados. “O jeito de olhar para o nosso problema fiscal, é olhar para a situação da nossa dívida pública. Já elevamos a dívida pública em 6,8 pontos percentuais do PIB. Considerando um PIB estimado de R$ 11,5 trilhões em 2024, isso representa R$ 782 bilhões de reais em um ano e meio”, assinala.
Para concluir, Portugal trouxe boas notícias. O PIB está crescendo mais rápido e o país está evoluindo de forma mais acelerada. Nos últimos três anos estamos crescendo em um ritmo de 3% ao ano. “Além disso, o Arcabouço Fiscal é insuficiente, mas a situação seria ainda pior sem ele. Pelo menos há algum limite, mesmo que frouxo, a expansão dos gastos públicos”. Outro ponto citado foi que muitos outros países do mundo também têm problemas fiscais sérios, principalmente em função da pandemia. Ou seja, a deterioração fiscal relativa é menos preocupante.
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