A Abertura oficial do Fórum Econômico Mundial ocorreu neste domingo em Davos, sob o contexto global da Covid e a crescente crise migratória. Com a segurança reforçada nas ruas, não teve manifestantes.
Apesar da Rússia banida do evento, a Ucrânia é o tema mais presente na agenda do evento, que vai discutir a guerra, as implicações geopolíticas do conflito e um plano de reconstrução do país europeu. Na noite deste domingo, cinco deputadas ucranianas participam de um painel para falar da resistência do país à invasão russa, em uma guerra que já dura quase três meses.
Depois de dois anos, o evento volta a ser presencial na cidade suíça e receberá durante toda semana mais de 2,5 mil participantes, entre eles os 50 líderes mundiais. Serão oito principais tremas: Clima e natureza, Economias mais justas, tecnologia e inovação, empregos e habilidades, Melhores Negócios, Saúde, Cooperação globa, Sociedade e equidade.
Nesta segunda-feira (23), 59 debates serão abordados, como o combate da poluição plástica no mundo, a reconstrução da confiança governamental e as políticas, práticas e parcerias nos sistemas de saúde globais – forma de construir resiliência e garantir atendimento ininterrupto, mesmo em tempos de choque e crise.
Ainda a guerra econômica, os usos e eficácias das sanções no Irã e na Rússia, o Futuro das criptomoedas e a chamada ‘geossegurança’ que busca medidas eficazes como fonte de alavancagem, os sistemas de investimento na China, e a crise humanitária na Ucrânica.
Dos 50 chefes de estado, apenas o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fala por vídeo às 11h. Assim, o ministro da Economia, Serhiy Marchenko, irá a Davos pessoalmente para alguns eventos. O jantar de abertura foi oferecido por Klaus Schwab – fundador e atual chairman da organização do evento.
Envolvida numa guerra mais longa do que esperada e com implicações geopolíticas para a Europa e o mundo, a Ucrânia será tema não só de eventos oficiais dentro do Fórum, mas também de encontros paralelos, realizados nos hotéis da cidade.
Em um deles, a discussão é o plano de reconstrução da Ucrânia, que contará com Marchenko e também com o prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko. No domingo à noite, cinco deputadas ucranianas participam de um painel para falar da resistência do país à invasão russa. Com quase três meses, o conflito contra os russos devastou a economia ucraniana e elevou a inflação pelo mundo.
Outro evento esperado é o que terá a participação do veterano Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, em uma conversa liderada por Schwab.
Davos debate consumismo econômico e excesso de plástico no mundo
Agenda: Fórum Econômico Mundial
Nesta edição, o Brasil, junto com Indonésia, Arábia Saudita e União Europeia, está entre os países e regiões com painéis de debates exclusivos.
O Brasil estará representado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e, em sua agenda, estão previstas reuniões sobre crescimento sustentável, parcerias econômicas com a Ásia e o Pacífico, perspectivas da conjuntura econômica global e parcerias econômicas na América Latina.
“Guedes vai apresentar o Brasil como destino privilegiado para investimentos e como um país destacado para soluções de segurança energética e alimentar internacional”, diz nota do ministério da Economia.
Paulo Guedes em Davos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, terá em Davos uma reunião com Martin Escobari, copresidente da gestora General Atlantic e chefe das operações na América Latina do fundo de private equity, que administra US$ 86 bilhões.
A reunião com Escobari está marcada para esta segunda-feira (23), às 19h pelo horário local (14h de Brasília). A General Atlantic tem feito investimentos regulares no Brasil e é um dos acionistas do banco digital Neon. Na semana passada comprou um bloco de ações da Locaweb em leilão na B3.
Após Escobari, Guedes participa de um jantar do BTG Pactual, que acontece em um hotel em evento paralelo ao Fórum Econômico Mundial. O banqueiro André Esteves, que em abril voltou ao comando do conselho do banco, está participando do evento.
Em Davos, Guedes participa ainda de dois debates do Fórum, um sobre ESG (sigla em inglês para práticas de governança, sociais e ambientais) na terça-feira (24) e outro sobre aumento do endividamento mundial, na quarta-feira (25).
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