A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) anunciou, ontem, R$ 300 milhões em investimentos direcionados para educação via Serviço Social da Indústria (Sesi-RS). Irá investir R$ 300 milhões. Os recursos são oriundos de caixa próprio do sistema Fiergs, segundo informou o presidente da entidade, Gilberto Porcello Petry.
Chamado Indústria Pela Educação, o projeto permitirá a construção de seis escolas de Ensino Médio em tempo integral nos municípios de Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Lajeado e Santa Cruz do Sul, além da ampliação da estrutura já existente em Pelotas.
Quando em funcionamento, as unidades deverão gerar 2,4 mil novas vagas para estudantes e 300 empregos diretos.
O investimento ainda contempla a criação de um Instituto de Formação de Professores, em Porto Alegre, dedicado à capacitação e à qualificação de educadores de escolas públicas e privadas, principalmente por meio de parcerias com os municípios gaúchos.
“Sabemos que o desenvolvimento da indústria depende de uma educação de qualidade. Não existe indústria sem formação qualificada”, disse Petry, no lançamento.
Apenas o setor industrial precisará qualificar 9,5 milhões de trabalhadores até 2025 para atender à demanda produtiva, segundo dados divulgados recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Destes, 758 mil serão no Rio Grande do Sul
Conforme o presidente da Fiergs, praticamente metade dos recursos está garantida no caixa do Sesi. “Atualmente, não temos problema de caixa, isso é um ponto que me preocupa muito como gestor e sigo à risca”, destacou.
A meta do programa é investir o montante até 2027, então neste prazo de cinco ainda precisarão entrar mais recursos via aportes das empresas. “Só não conseguiremos isso se o ministro Paulo Guedes (da Economia) cortar as contribuições para o Sistema S”, concluiu Petry.
A primeira escola de Ensino Médio do Sesi-RS começou a operar em 2014, em Pelotas. Hoje são mais quatro unidades: Sapucaia do Sul, Gravataí, Montenegro e São Leopoldo.
A decisão de concentrar investimentos no Ensino Médio, por meio de um modelo diferenciado de educação, surgiu a partir da constatação de que era preciso mudar a forma de ensinar, já que a escola tradicional não está conseguindo formar jovens preparados para os desafios da sociedade no século XXI, bem como para as mudanças no mundo do trabalho.
“Mais de 80% dos alunos no Brasil estão matriculados na escola pública, então precisamos qualificar esse jovem”, informou Juliano Colombo, superintendente regional do Sesi-RS. Segundo ele, no Sesi, o currículo foca no conhecimento computacional, buscando qualificar os estudantes.
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Fonte: Jornal do Comércio