Espetáculo As Mãos de Eurídice alerta para violência doméstica no Teatro Sicredi

Projeto abrange escolas e comunidade e reflete sobre os impactos da violência doméstica
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Espetáculo As Mãos de Eurídice levou ao palco o tema violência doméstica no Teatro Sicredi, em Teutônia. A peça produzida pelo Teatro Social Tio Tony faz parte do projeto #Tamujunto, da administração municipal, com ações de conscientização e prevenção.

De acordo com a secretária de Assistência Social e Habitação Diana Feldens, o espetáculo faz parte da programação no mês de março. A peça vai circular de uma forma diferente, com teatro experimental, para as escolas até o dia 22 de março. “Nesta forma fica visível, a percepção, o entendimento é diferente, eles conseguem ter uma ideia a importância desse tema”.   

O monólogo adaptado e dinâmico conta como Gumercindo Tavares vai embora deixando a esposa e o filho para um aventura amorosa, na Argentina. Na volta para casa, depois de ter sido roubado, encontra apenas vestígios do antigo lar.

Conforme o diretor e sociólogo Antônio Lopes, a violência é refletida em todas as áreas, inclusive na econômica. “É preciso refletir e saber que a violência gera custos de vida e impactos sociais. Temos de confrontar o machismo, muitas vezes um homem culpa a mulher pelos seus próprios atos”, afirma.

De acordo com a estatística do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em 2022 foram concedidas 136.400 medidas protetivas, em 2021 foram 102.120. Já em relação a prisões efetuadas por violência doméstica foram 4.142 (27,63% das prisões totais) em 2022 e em 2021, 3.727 (25% das prisões totais)

secretária de Assistência Social e Habitação Diana Feldens
Secretária de Assistência Social e Habitação Diana Feldens

Teatro Sicredi reflete os impactos da violência doméstica

O Institute For Economics and Peace (IEP), sediado na Austrália, é especializado em estudos e pesquisas sobre os impactos econômicos da violência no mundo concluiu que a violência no Brasil consumiu US$ 255 bilhões no ano, equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB).

Conforme as Nações Unidas, a crise econômica deixa mulheres mais vulneráveis ao desemprego, à fome e à violência. Durante o primeiro ano de pandemia, uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de violência.

Segundo dados divulgados pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), o isolamento social provocou um aumento de quase 9% no número de ligações no Ligue 180. A convivência com o autor da agressão por longo período é um dos fatores que influenciaram este aumento.

As mulheres foram as primeiras a serem demitidas, o que levou à perda de uma série de direitos fundamentais, como a segurança alimentar, que é a garantia de acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficientes para a sobrevivência.

Os economistas já estudam o fenômeno que chamam de “feminização da fome”: para quase metade da população feminina, falta dinheiro para comprar comida. Entre os homens, a proporção é menor, de 26%.

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