O Banco Central brasileiro subiu nesta quarta-feira (3) a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,75%, no maior patamar desde janeiro de 2017 e no décimo segundo Comitê de Política Monetária (Copom) consecutivo com avanço das taxas. A alta ficou dentro do consenso de mercado. A decisão foi unânime. Em comunicado, o Copom apontou que avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião.
Desde o primeiro movimento de alta, em março de 2021, a taxa já subiu 11,75 pontos porcentuais, no maior choque de juros desde 1999, quando, durante a crise cambial, o BC elevou a Selic em 20 pontos porcentuais de uma vez só.
O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação
A autoridade monetária fez um alerta ao afirmar que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário.
Por outro lado, afirmou que o aumento do risco de desaceleração da economia global também acentua os riscos de baixa nos preços.
Banco Central prevê nova alta na Selic
A dúvida é se o novo aumento irá representar o fim do ciclo de aperto do juro básico. “O Copom telegrafou mais 0,25 pp na próxima”, resumiu o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. Para ele, a alta contratada pode ser a última. “Mas tudo vai depender do cenário”, ressalta.
O Copom seguiu indicando crescimento ao longo do segundo trimestre, com uma retomada no mercado de trabalho mais forte do que era esperada pelo Comitê. No entanto, a inflação ao consumidor continua elevada, assim como o preço do petróleo, que segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente
Afirmou em comunicado que mesmo com as diversas medidas, a inflação se apresentou “acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação.” Em outras palavras, ficará acima da meta prevista, indicando ainda mais aumento de juros. Da mesma forma, a desaceleração da atividade econômica será mais acentuada do que a projetada.
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