Apesar de ter sido o último setor a reagir às consequências econômicas desencadeadas pela pandemia, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apresentou maior capacidade de recuperação.
Com crescimento de 1,7% na comparação com o mês anterior, apurado pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, o volume de receitas apresentou alta em março. A série histórica do estudo, iniciou em 2011. Nos últimos cinco meses, o setor avançou em quatro oportunidades, e esse resultado representa uma expansão de 7% em relação a fevereiro de 2020.
Os serviços prestados às famílias (+2,4%) e os de transportes (+2,7%) foram os segmentos com os crescimentos mais expressivos no mês, apesar da disseminação da alta de preços. O ritmo de reajustes dos valores do setor ainda corresponde a pouco mais da metade da alta apresentada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no acumulado de 12 meses até abril (+6,9% ante +12,1%, respectivamente). “Além do ‘efeito circulação’, que tem impulsionado essas atividades desde a segunda metade do ano passado, os serviços ainda não têm sido tão afetados pela aceleração da inflação nos últimos meses quanto outros setores”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Consequências da pandemia segundo Confederação
Para o turismo, o quadro é adverso, porém está revertendo de forma gradual. A expectativa da CNC é que o setor restabeleça, no terceiro trimestre deste ano, o nível de receitas anterior à crise sanitária.
Contudo, apesar da tendência de redução das perdas ao longo dos últimos meses, as atividades turísticas seguem operando “no vermelho” em relação ao início da crise sanitária. Segundo levantamento da entidade, com base nos dados do IBGE, o turismo brasileiro já acumula um prejuízo de R$ 508,8 bilhões desde o início da pandemia.
Em março, a diferença entre a geração efetiva de receitas e o seu potencial mensal registrou perda de R$ 9,0 bilhões.
Diante do cenário, a CNC revisou de +0,9% para +1,6% a projeção de crescimento do setor de serviços em 2022. De forma semelhante, o turismo, prejudicado pela conjuntura econômica menos favorável, tende a crescer menos também neste ano (+2,4%) do que em 2021 (+22,1%).
O economista da entidade responsável pela análise, Fabio Bentes, avalia que, considerando as previsões de baixo crescimento econômico, a expectativa é que as atividades terciárias não apresentem taxas próximas às do ano passado.
“A tendência, portanto, é que o setor ainda apresente taxas expressivas no comparativo interanual nos próximos meses, em virtude da baixa base comparativa do início de 2021 e do efeito retardado sobre os preços de serviços, que deverá ganhar força adiante, na medida em que a difusão da inflação permanece elevada”.
consequências pandemia Confederação Nacional