Copom mantém Selic a 13,75% entre o otimismo e a cautela

Maior fim do ciclo de altas de juros desde 1999 mantém Copom em alerta, com altas de preços em menor escala e alcance da meta de inflação, reduzida para 6%
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Comitê de Política Monetária (Copom) decide manter taxa Selic a 13,75%, confirmando o fim do ciclo da altas de juros em um período de 12 meses. Decisão não foi unânime. Dois integrantes do comitê (Fernanda Guardado e Renato Dias de Brito Gomes) votaram uma elevação residual de 0,25%.

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da casa de análise Quantzed, acredita que essa alta teria pouco efeito sobre a dinâmica inflacionária, dado que as decisões tomadas até agora começarão a surtir efeito em breve.

Conforme comunicado do Copom, é preciso acompanhar se o prolongamento do período de altas está realmente convergindo a inflação. “O Copom não hesitará em retomar o ciclo caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

Reforça a preservação da taxa “até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno das metas. Passos futuros da política monetária poderão ser ajustados, sem hesitar retomada de altas futuras.” 

O crescimento do PIB acima do esperado para o segundo trimestre influenciou no movimento anunciado nesta quarta-feira, marcando o fim do maior ciclo de aperto monetário do Brasil desde 1999. O BC começou a elevar a Selic em março de 2021, quando a taxa básica de juros da economia estava em 2%.

Comunicado está vigilante quanto ao ambiente externa que se segue volátil e em desaceleração da economia, principalmente da China. No entanto, a autoridade monetária afirmou que a inflação ao consumidor continua elevada.

Comitê baixa a meta da inflação enquanto Selic mesma taxa de juros

A decisão do BC vem em meio a expectativas de inflação ainda distantes da meta, embora as últimas estimativas do mercado mostrem reduções constantes, ligadas, sobretudo, à redução de impostos sobre combustíveis e energia. Também às sucessivas quedas recentes nos preços de insumos da Petrobras vendidos a distribuidoras.

No último Boletim Focus, as estimativas para o IPCA caíram para 6%, de 6,40% há uma semana. Para o ano que vem, os analistas veem um IPCA de 5,01%, ante 5,17% estimados há uma semana.

Em junho, a meta para o IPCA era de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual, com uma variação na inflação entre 2% e 5%.

Comitê Copom Selic juros