Comitê Científico aponta caminhos para o agronegócio gaúcho

Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática produziu uma carta aberta com reflexões e alternativas para que o agronegócio gaúcho se torne mais resiliente.
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Comitê Científico aponta caminhos para o agronegócio gaúcho
Foto: Jéssica Moraes/Ascom Sict

Comitê Científico aponta caminhos para o agronegócio gaúcho – O Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática produziu uma carta aberta com reflexões e alternativas para que o agronegócio gaúcho se torne mais resiliente. O documento recebeu contribuições de membros do comitê e do público presente em uma reunião extraordinária realizada durante a 47ª Expointer, edição que marcou a retomada do setor no Estado.

A carta “Construindo resiliência no agro”, assinada por 49 pessoas, apresenta um panorama do agronegócio no Rio Grande do Sul, enfatizando os desafios enfrentados pelo segmento em função da variabilidade do clima. “Essas mudanças climáticas são caracterizadas por eventos cada vez mais intensos e frequentes de secas e cheias extremas, ambos afetando de maneira crítica a produção agrícola e a pecuária”, diz o documento.

Para se buscar melhores condições de sustentabilidade e competitividade no setor, a carta aponta a resiliência como caminho necessário. Entre os aspectos a serem considerados, destacam-se a implementação de políticas vocacionais regionais para redução dos riscos ao agronegócio, a gestão integrada de recursos hídricos, o uso sustentável da costa marinha e o fortalecimento institucional.

Um dos pontos colocados na carta se refere à gestão sustentável dos recursos hídricos, envolvendo a criação de uma Agência de Águas do Estado do Rio Grande do Sul. Esse órgão seria responsável por “implementar planos de bacias que considerem as necessidades específicas de cada região, equilibrando a demanda de água para agricultura, indústria e consumo humano.”

Além disso, o documento ressalta a importância da economia azul e da exploração sustentável dos recursos marinhos, que poderiam contribuir para a diversificação e a resiliência do setor agropecuário. A área de biotecnologia também é mencionada como um polo de pesquisa e inovação no Estado, com potencial para aumentar a produtividade e a sustentabilidade das culturas.

Outro destaque da carta é a necessidade de se adotar o chamado design de paisagem com uma visão de bacia hidrográfica: “Essa perspectiva integradora reconhece a interdependência entre os componentes naturais e as atividades humanas dentro de uma bacia hidrográfica, propondo um planejamento que não só otimiza o uso dos recursos hídricos e do solo, mas também preserva a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos.”

“O agro é uma cadeia fundamental para que a gente possa pensar a retomada econômica e social do Estado. Por isso, o Comitê Científico se dedicou a refletir e elaborar esta carta com recomendações e proposições para o agro gaúcho. E fizemos esta reunião aberta a todos que quisessem contribuir, para aproximar o trabalho do comitê e a sociedade”, afirmou a secretária de Inovação, Ciência e tecnologia e coordenadora do Comitê Científico, Simone Stülp.

A reunião extraordinária ocorreu em 27 de agosto, na Casa da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), na Expointer. O Comitê Científico integra a estrutura de governança do Plano Rio Grande, com papel consultivo e propositivo relacionado às ações a serem desenvolvidas nos eixos emergencial, reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.

Comitê Científico aponta caminhos para o agronegócio gaúcho

A produção reúne depoimentos dos ex-líderes Carlos Calcagnotto, Idalice Manchini e Neure Fedrizzi, como também do atual presidente, Rossano Boff, destacando momentos marcantes e projetos que refletem a força e a relevância da entidade por sete décadas.