Empresas, ESG e prevenção de catástrofes – Durante minha volta ao bacharelado em Relações Públicas, decidi me inscrever em disciplinas eletivas com foco no tema “meio ambiente”, uma área que sempre me atraiu. Confesso que não fazia ideia de como os questionamentos abordados nos capítulos sobre desastres ambientais estariam tão próximos da minha realidade. Minhas recentes certificações em “Carreira Profissional Sustentável com Foco em ESG” e em “Meio Ambiente, Sustentabilidade e Análise Social” proporcionaram a oportunidade de estudar diversos casos e perceber a importância de alinhar nossos esforços com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Esses objetivos trazem uma visão abrangente para um futuro mais sustentável e têm o potencial de influenciar de forma significativa as políticas públicas de cada país.
A catástrofe no Rio Grande do Sul deixou toda a comunidade abalada e perplexa. Diante da urgência da situação, mal tivemos tempo para refletir; foi necessário agir imediatamente, colaborando com nossas comunidades da melhor forma possível.
Neste momento, estamos testemunhando empresas que se destacam por suas doações, aplaudindo suas ações humanitárias, enquanto continuamos em busca de formas para nos recuperar, reconstruir e fortalecer nossas comunidades. Entretanto, é importante olhar além do momento presente. O próximo passo é direcionar nossa atenção para os relatórios e ações ESG (ambientais, sociais e de governança) das empresas, especialmente em relação ao meio ambiente.
Esses relatórios vão além de serem apenas uma tendência; representam uma questão fundamental de transparência e responsabilidade corporativa. Já pensou que doações vultosas podem ser insignificantes se a empresa, por exemplo, desrespeitou áreas de preservação ambiental ao construir suas instalações? O custo social e ambiental dessa conduta pode ser imensurável, tornando praticamente nulo qualquer gesto aparentemente benevolente em meio à crise.
Portanto, como próximo passo, a sociedade precisa examinar essas questões com seriedade e exigir do governo e das empresas ações concretas em relação ao meio ambiente, à governança e ao bem-estar social. A instalação de painéis solares pode ser louvável, mas o tratamento adequado de resíduos pode ter um impacto ainda maior. Devemos adotar uma postura crítica diante das ações divulgadas pelas empresas, pois muitas vezes o que parece ser uma solução milagrosa pode ser apenas uma estratégia de marketing ou uma medida paliativa.
Um exemplo claro são as empresas que anunciam a aquisição de caminhões “elétricos” para suas frotas, enquanto, na realidade, representam apenas uma pequena fração de veículos em operação. Essa ação é verdadeiramente significativa ou está apenas sendo usada como artifício para gerar publicidade?
Esses são apenas alguns exemplos simples, mas é essencial que permaneçamos vigilantes. A responsabilidade recai sobre todos nós, cidadãos, para fazer essas cobranças e garantir que as empresas ajam com integridade e responsabilidade em todas as esferas.
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