Vivemos uma época de polarizações e de embates acalorados sobre diversos temas, de grande relevância ou de pouco significado coletivo. Dentre tantas opiniões, a escolha de partido ou candidato durante as eleições não seria agora o menos relevante.
Quando falamos da reputação da marca, é extremamente importante abordar a gestão de crise. O momento adequado para prevenir qualquer posicionamento ou exposição errônea durante as eleições é agora. Atenção diretores, gestores, todo time de marketing e RH já pode colocar na pauta as eleições.
Vamos iniciar uma jornada de reflexão a respeito do tema, atualmente as pessoas entendem que a forma de comprar/consumir pode mudar o mundo. Um exemplo disso são os veganos e a luta pelo fim da exploração animal. O tema ESG (Environmental, social, and corporate governance – ou seja governança ambiental, social e corporativa) está em alta não é à toa.
As marcas mais autênticas e lucrativas já entenderam que precisam de um propósito relevante, vide Dove: criar um mundo onde beleza seja uma fonte de confiança e não de ansiedade. A Disney leva a magia para a vida das pessoas e a Nike traz inspiração e inovação para cada atleta do mundo. Se você tem um corpo, você é um atleta.
Eu sei, você já percebeu que aumenta o valor de mercado ter um propósito, também engaja a equipe, melhora a vida dos consumidores e quem sabe até transforma o mundo em um lugar melhor, não é?
Não esqueci do tema central, apenas contextualizei um pouco. Se os consumidores sabem que tem o poder de mudar algumas coisas, ou as marcas entendem que um propósito muda tudo, tem como se isentar em uma eleição? A resposta depende.
Algumas marcas optam pelo apoio aberto a determinado candidato e pode ter certeza de que quando se trata de uma marca bem estruturada, todos os riscos a curto, médio e longo prazo estão mapeados e serão monitorados.
Já outras percorrem o caminho da isenção, que me parece sempre o mais sensato, afinal no Brasil o voto é secreto e cabe a cada indivíduo ponderar a respeito da sua escolha.
Temos ainda as marcas que optam por se posicionar apenas quando há candidatos com fala agressiva direcionada a grupos relacionados a seu público ou segmento econômico de atuação. O que converge em um propósito bem definido de marca, evita o risco de sofrer acusações de oportunismo ou gerar crise de imagem duradoura.
Eis uma complexa teia de públicos, interesses e construções sociais. Para marcas consolidadas essa complexidade já é natural, desvendada e atendida por especialistas. Para as marcas menores, ainda em construção, recomendo cuidado até mesmo com o posicionamento dos diretores e funcionários, pois mesmo os acontecimentos locais tomam rápida amplitude frente aos assuntos de interesse público.