Qualidade da água para consumo está entre as preocupações dos gaúchos após as enchentes

De acordo com o engenheiro de laboratório da Culligan, Alexandre Mariz, a população retornara às casas para higienização e é preciso se proteger dos detritos e cuidar da qualidade da água para consumo.
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Alexandre Mariz

Qualidade da água para consumo está entre as preocupações dos gaúchos após as enchentes – A situação dramática da população do Rio Grande do Sul está longe de terminar. As estimativas dos especialistas mostram que as fortes chuvas, aliadas à queda da temperatura, contribuem para o cenário devastador que muitas cidades gaúchas enfrentam nas últimas semanas. São centenas de pessoas desabrigadas, quase 150 mortos e mais de 100 desaparecidos.

Para piorar o cenário, os impactos do clima na região ainda não terminaram. No quesito saúde pública, as consequências do contato com a água contaminada das enchentes –que pode impactar na qualidade da água para o consumo – poderão levar a população a ter diversas doenças como diarreias, problemas respiratórios, leptospirose, hepatite A e dengue. Cabe ao poder público traçar estratégias para lidar com este cenário.

Muitas famílias estão voltando para suas residências e iniciam o processo de higienização de seus lares. Neste momento, todo cuidado é pouco para se proteger, afinal, os resíduos acumulados nas casas estão contaminados e é preciso utilizar botas e luvas para diminuir o contato.

Para os moradores que não tiveram danos nas caixas d’água, é preciso cautela na utilização da mesma pois, segundo o engenheiro de laboratório da Culligan, Alexandre Mariz, essa água ficou muitos dias parada, propícia a perder concentração de cloro e se tornar um ponto de proliferação de bactérias.

O especialista explica ainda que, se a concentração de cloro é inferior a 0,2 mg/L, permite a proliferação de microrganismos que oferecem riscos ao organismo humano. “Ao retornar, essa água não deve ser utilizada para hidratação ou para cozinhar, apenas para a higienização. Só depois do esvaziamento completo, a caixa d’água deve ser higienizada e voltar a encher para o consumo”, detalha.

 

Qualidade da água que chega nas torneiras

A água dos rios da região se encontra com uma grande concentração de sedimentos e sujidades trazidos pelas enxurradas, que muitas vezes são invisíveis a olho nu, mas que causam danos à saúde se consumidos. A água para consumo humano, alerta o especialista, deve ser incolor, sem cheiro e sem coloração.

“Ainda que esses aspectos sensoriais amenizem, essa água não é própria para hidratação, pois não está tratada de acordo com a portaria de potabilidade, portanto não deve ser ingerida em hipótese alguma. A água nesse nível de contaminação deve ser filtrada com barreiras físicas e químicas para se tornar segura ao ser humano”, alerta.

Conforme o abastecimento de água das cidades atingidas se restabelecer, ressalta Alexandre Mariz, os consumidores podem solicitar às Estações de Tratamento Municipais os laudos de qualidade, que reportam todos os índices e parâmetros dos testes que são feitos. “É direito de todo munícipe acessar esses laudos, então, isso empodera o cidadão no acesso às informações do serviço prestado.”

Nesses momentos, é ainda mais importante que as pessoas tenham um sistema de purificação de água em casa para melhorar a garantia da qualidade da mesma. “Filtros que possuem carvão ativado em sua composição realizam esta filtração efetiva, essencial neste momento em que a saúde da população está tão sensível.”

 

Como realizar a higienização da caixa de água?

Com o registro de entrada de água fechado, o morador precisa utilizar a água armazenada até ficar com apenas 20 cm de altura de líquido no reservatório (aproximadamente um palmo). Com uma escova de fibra vegetal ou de plástico, é preciso esfregar as paredes da caixa para retirar todo o resíduo. “Não se deve utilizar detergente ou outros produtos, muito menos escova de aço ou vassoura, pois pode danificar o material”, ensina Mariz.

Em seguida, o morador deve utilizar um pano limpo e um balde para retirar a água que fica no fundo da caixa e secar com um pano limpo. Retirada toda água utilizada para a limpeza, o morador deve abrir o registro de entrada de água até chegar a 20 cm de altura e adicionar dois litros de água sanitária.

“Com a ajuda de um balde, o morador deve passar essa solução nas paredes da caixa e deixar descansando por duas horas. É preciso verificar, a cada 30 minutos, se as paredes secaram. Se sim, passar a solução quantas vezes forem necessárias até completar o tempo. Após esvaziar a caixa abrindo todas as torneiras, lembrando que esta água não deve ser utilizada de forma alguma, é necessário enxaguar as paredes e fundos, descartar o líquido e abrir o registro de entrada de água”, diz.

O especialista ainda ressalta que essa primeira água deve ser utilizada para limpeza da casa e a caixa deve ser novamente bem fechada. “Anote a data da higienização para programar a próxima, que deve ser realizada a cada seis meses”, finaliza.

 

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