Reajuste de produtos de limpeza fica abaixo da inflação em 2023

Reajuste médio dos artigos de limpeza, segundo o IPCA, foi de 1,22%. Já a inflação geral fechou 2023 com índice de 4,62%.
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Diretora do Grupo Gota Limpa, Camile Bertolini

Reajuste de produtos de limpeza fica abaixo da inflação em 2023 – Em 2023, os preços dos produtos de limpeza, no Brasil, sofreram reajustes abaixo da inflação, pela 5ª vez nos últimos 10 anos. Conforme o levantamento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA), o reajuste nos produtos de limpeza foi de 1,22% em 2023, enquanto a inflação geral ficou em 4,62%. Os dados têm como base o IPCA.

De acordo com a diretora e conselheira do Grupo Gota Limpa, Camile Bertolini, o setor passou por um processo de deflação após a alta em alguns produtos durante a pandemia. “Por ser uma indústria balizada pelo dólar e petróleo sofre as variações diretamente, mas nem sempre é possível repassar os aumentos dos insumos na mesma velocidade que a indústria recebe”, afirma.

Segundo a diretora, é preciso que a indústria tenha um produto com o preço melhor, percebido pelos consumidores. “Gera uma boa impressão e aumenta a confiança, que é convertida em vendas. A adequação dos preços pode trazer aumento de consumo, pois os produtos de limpeza precisam caber no bolso do consumidor.”

Reajuste nos produtos de limpeza e inflação

Contudo, de acordo com o diretor-executivo da ABIPLA Paulo Engler, desde o início da pandemia, apenas em 2022 os preços dos produtos de limpeza ficaram acima da inflação. Naquela época, a desorganização das cadeias produtivas internacionais e o óleo diesel e a energia elétrica com preços muito elevados induziram o produtor industrial do segmento a promover o reajuste de valores.

“Com a normalização de estoques e insumos, voltamos a um cenário mais condizente com o histórico da indústria de saneantes, que costuma apresentar inflação similar ou até menor que a do índice geral”, analisa

Também há diferença se comparado ao INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que apontou que a inflação nacional de 2023 ficou em 3,71%, em comparação ao reajuste de preços no segmento de produtos de limpeza, que ficou em apenas 0,88%, com diversos produtos apresentando deflação no período, como detergente (-0,70%), sabão em barra (-5,68%) e esponja de limpeza (-4,57%).

“É interessante que, além da deflação em alguns itens, diversos produtos essenciais para a saúde pública brasileira tiveram reajustes menores que os da inflação, segundo o INPC, entre eles produtos para desinfeção de ambientes e superfícies, como a água sanitária (+0,23%), e itens muito usados no dia a dia das famílias brasileiras, caso do sabão em pó (+1,06%) e amaciante a alvejante (+1,62%)”, afirma o diretor-executivo da ABIPLA.

Saúde pública

A preocupação com a saúde pública, por sinal, tem levado a entidade a elaborar diversas campanhas para o uso consciente dos produtos de limpeza e até a melhor maneira de se utilizar os saneantes na limpeza de superfícies e ambientes. Entre os destaques, a campanha realizada com o CFQ – Conselho Federal de Química contra as misturas caseiras de limpeza, o Guia de Produtos de Limpeza, que esclarece as principais dúvidas sobre saneantes e suas aplicações e a cartilha de limpeza pós-enchentes.

“Nosso setor é fundamental para a saúde pública, já que os produtos de limpeza são uma espécie de ‘primeira vacina’ contra diversos tipos de contaminações. Não por acaso é a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que completa 25 anos de fundação no próximo dia 26 de janeiro, é nossa agência reguladora e parceira. Produto de limpeza é saúde pública e o uso consciente dos saneantes pode salvar vidas”, completa Engler.

Sobre a ABIPLA

Fundada em 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) representa os fabricantes de sabões, detergentes, desengordurantes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas domissanitários, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública, marcos regulatórios e consumo sustentável. O setor movimenta R$ 32 bilhões anuais e responde por cerca de 92 mil empregos diretos.

 

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