IPCA: inflação oficial no Brasil sobe puxada por alta de alimentos

O IPCA, usado pelo Banco Central para calibrar juros, acelerou para 0,28% em novembro, ante 0,24% em outubro, divulgou nesta terça-feira (12) o IBGE..
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IPCA inflação Brasil sobe

IPCA: inflação oficial no Brasil sobe puxada por alta de alimentos – O IPCA, usado pelo Banco Central para calibrar juros, acelerou para 0,28% em novembro, ante 0,24% em outubro, divulgou nesta terça-feira (12) o IBGE.

O grupo alimentação e bebidas teve a maior variação, de 0,63%. A inflação oficial no país passa agora a acumular 4,68% em 12 meses e 4,04% neste ano, em ambos os casos, pouco abaixo da meta do Banco Central, que fica no intervalo de 1,75% a 4,75%.

Para economistas, o IPCA de novembro não deve influenciar a decisão do Banco Central a ser tomada nesta semana pelo Copom (Comitê de Política Monetária) porque a variação ficou dentro do projetado pelo mercado.

Para o macroestrategista da BTG Pactual Álvaro Frasson o IPCA de novembro veio dentro das expectativas nas duas aberturas mais sensíveis à política monetária neste momento: a inflação de serviços subjacentes (0,27% m/m vs 0,26% exp.) e a média dos núcleos de inflação (0,18% m/m vs 0,20% exp.).

Em relação aos dados 12 meses acumulados, serviços subjacentes está em 4,78% a/a, valor muito próximo ao teto da meta de inflação deste ano (4,75%) e o menor nível desde julho de 2021. Em relação à média dos núcleos, o valor de 4,56% é o menor desde maio de 2021.

Preços Livres

Em relação aos preços livres, este teve a contribuição baixista para o IPCA de novembro em relação às expectativas. Dentre as razões, (i) bens industriais tiveram novo desempenho negativo (-0,52% m/m, 2,03% a/a), observado em todas as aberturas da indústria, (ii) alimentação no domicílio, apesar do dado mais forte pelo efeito sazonal, o dado veio abaixo do esperado (0,75% m/m vs 1,07% exp.) e (iii) em serviços, o dado ex-passagens aéreas segue um ritmo constante de 0,3% m/m. Vale lembrar que passagens aéreas sobem 67% nos últimos 3 meses.

Dentre os grandes grupos do IPCA, três performaram no terreno negativo: comunicação (-0,5% m/m), artigos de residência (-0,42% m/m) e vestuário (-0,35% m/m). Nos demais, o que tiveram maior contribuição altista para o índice foram alimentos e bebidas (0,63% m/m), despesas pessoais (0,58% m/m) e habitação (0,48% m/m).

 

E para frente? IPCA e inflação no Brasil sobe?

Entendemos que o dado de hoje trouxe pouca surpresa em relação as divulgações anteriores do IPCA, mas não tira a leitura de que o qualitativo da composição da inflação corrente segue benigna. Para efeito de política monetária, o IPCA de novembro não altera o plano de vôo do Copom, mas contribui com a narrativa de trajetória descendente deste segundo estágio da desinflação, liderada pelos núcleos de inflação.

 

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