Simecs Transforma 2025 debateu neoindustrialização – Promovida pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), a 5ª edição do Simecs Transforma foi realizada no dia 22 de maio, no UCS Teatro, em Caxias do Sul (RS), reunindo aproximadamente 650 participantes. O evento debateu temas como descarbonização, neoindustrialização e o olhar do setor industrial para a economia brasileira, entre outros tópicos.
Recepcionando os presentes, o presidente do Simecs, Ubiratã Rezler, agradeceu a patrocinadores, público presente e equipe pela realização da quinta edição do evento, que apontou como fonte de escuta e inspiração. “O objetivo é contribuir no dia a dia e na visão futura da indústria local”, afirmou, também citando projetos do sindicato, como a Escola do Amanhã.
Após, o mediador do painel “Perspectivas da neoindustrialização brasileira”, Ruben Bisi, vice-presidente de Relações Institucionais do Simecs, apresentou os debatedores José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq); Claudio Sahad, presidente da Abipeças e do Sindipeças; Juliane Aére, Gerente de Operações na John Deere; e Angelin Adams, CEO da Saur.
Sahad contextualizou o plano de ação para neoindustrialização do Governo Federal, Nova Indústria Brasil (NIB), com investimento de R$ 507 bilhões em linhas de crédito até 2026. “A expectativa é reindustrializar o país com base em sustentabilidade, inovação, digitalização e inclusão social, para gerar empregos, redução da dependência do capital externo, recuperação do dinamismo econômico, ganhos de produtividade e expansão em mercados internacionais estratégicos”, observou.
Em seguida, Velloso falou sobre a indústria de máquinas e equipamentos agrícolas, mencionando o cenário recente, referente ao primeiro trimestre de 2025, onde observa-se a tendência de um crescimento moderado. Segundo ele, entre os maiores desafios enfrentados pela indústria está a taxa de investimento baixa, principalmente automação. “País que não investe, não cresce. A produtividade vem do investimento no trabalhador e a inovação é chave para crescimento sustentado. Digitalização e Indústria 4.0 deixaram de ser tendência para ser condição básica”, declarou. Complementando o painel, Adams falou sobre a experiência da empresa Saur, que completa 100 anos em 2026. De acordo com ele, não é possível inovar sem educação de qualidade. “É necessário não somente pensar na educação a longo prazo, mas também agir, com investimentos em transformação digital e Inteligência Artificial”, apontou. Após, foi aberto um espaço para perguntas do público e para as considerações finais dos painelistas.
Na sequência, foi a vez do economista do Simecs, Igor Morais, pós-doutor em Inteligência Artificial (EUA), chefe de Economia na Vokin Investimentos e chefe de Ciência de Dados e Economia na Obra.ai, de soluções de algoritmos de IA, que abordou o tema “Visão econômica”.
A palestra que encerrou o 5º Simecs Transforma foi com o Prof. Dr. Clóvis de Barros Filho, que trouxe o assunto “A vida que vale a pena ser vivida”. O filósofo começou mencionando o conceito de desejo, sendo uma força mobilizadora e constante para preencher um vazio, e fazendo uma relação com o mundo do trabalho, definindo como “absurda” a proposta de equivaler a vida pessoal e a profissional. Segundo ele, isso sugere que ambos sujeitos são diferentes, inclusive em seus valores. “O trabalho não é uma compensação para a felicidade. As metas profissionais, assim que são alcançadas, já abrem portas para mais outras. Assim, vamos de meta em meta com a promessa de sermos felizes. Nessa história de que a felicidade fica para amanhã eu não caio mais”, brincou o professor.
Simecs Transforma 2025 debateu neoindustrialização