Minimercados ainda sofrem consequências das enchentes – A Fecomércio-RS lançou a primeira edição de 2025 da Sondagem de Minimercados. Realizada entre os dias 27/03 e 16/04, a sondagem entrevistou 385 estabelecimentos do segmento, todos do Simples Nacional, em todo o território gaúcho. A sondagem evidencia aspectos relacionados à situação financeira, evolução das vendas, avaliação da situação atual e expectativas.
No aspecto conjuntural do segmento, os dados evidenciaram que os impactos das enchentes de 2024 foram bastante difundidos (46,0% relataram ter tido algum tipo de perda de faturamento em virtude das cheias de mai/24) e que os efeitos remanescentes seguem impondo prejuízos. Dentre os que tiveram prejuízo, apenas 24,3% recuperaram a totalidade das perdas. A redução do faturamento (59,7%), perda de clientes (51,5%) e as dificuldades financeiras (41,8%) são as principais consequências elencadas no rol de questões remanescentes. Quanto à situação financeira, a maioria dos estabelecimentos (57,7%) se encontra em situação estável e com capacidade de investimento – 2,3% apresentam alta lucratividade e reservas financeiras suficientes. Contudo, cerca de 40,0% relataram que a situação atual apresenta algum desafio, seja em maior ou menor grau.
Em relação à evolução das vendas, a impressão geral é de que, nos últimos 6 meses, as vendas foram regulares (44,2%). Para 28,3%, o desempenho foi “bom”, enquanto para 17,1% foi ruim. Em 6,6% dos casos, as vendas foram muito boas e, para 4,4%, excelentes. Os entrevistados também foram questionados quanto aos principais desafios internos (relacionados à operação das plantas) e também desafios econômicos (relacionados ao ambiente). A carga tributária é o desafio econômico mais evidente (56,6%). Já na parte interna, foram destaques a fidelização de clientes (39,7%) e a gestão financeira (37,4%). Especialmente relacionados a este último ponto, os dados da pesquisa sugerem alguns problemas que, se corrigidos, podem conferir uma melhora no aspecto financeiro dessas operações. Os dados revelaram que 42,6% dos entrevistados não acompanham o desempenho das vendas analisando os produtos mais vendidos, o que pode gerar problemas nas estratégias de vendas. Outro aspecto que pode ser melhorado está relacionado a novos produtos. Em 64,9% das respostas, os entrevistados afirmaram que é a demanda dos clientes que determina a implementação de novos produtos, e não a análise das vendas (3,4%).
Para o futuro, o cenário econômico brasileiro esperado pelas empresas gaúchas do segmento não é favorável, predominando a expectativa de piora nos próximos seis meses (56,6%); 29,4% esperam estabilidade e 14,0% esperam melhora. Para a economia gaúcha, a expectativa é menos negativa, mas não chega a ser positiva: 36,6% esperam piora nos próximos seis meses, 42,3% esperam estabilidade e 21,1% esperam melhora. A projeção para a força de trabalho no próprio estabelecimento nos próximos seis meses é de diminuição para 4,9%, consideravelmente menor do que os 16,9% que esperam ampliação; enquanto 76,1% esperam manutenção do contingente de trabalhadores.
Sobre a Sondagem de Minimercados
A Sondagem de Minimercados faz um levantamento sobre as principais características dos negócios do segmento, identificando o perfil em termos de estrutura, finanças, gestão e estratégia das vendas. O panorama geral do segmento identifica que 57,4% atuam há mais de 10 anos no mercado, com 84,2% contando com no máximo cinco pessoas trabalhando. A sondagem também captura quais são os principais produtos ofertados. Destaque para a atividade de Mercearia (60,3%).
Minimercados ainda sofrem consequências das enchentes