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Evelise Ribeiro

Arquiteta especialista em Gerenciamento de Projetos

Arquitetura como Agente de Transformação Social (Pt.1)

Arquitetura como Agente de Transformação Social 

*Por Evelise Ribeiro

Arquitetura como Agente de Transformação Social (Pt 1.)
Evelise Ribeiro é arquiteta especialista em Gerenciamento de Projetos

Como arquiteta, carrego comigo uma convicção que se fortalece a cada projeto: nossa profissão transcende a mera criação de edifícios esteticamente agradáveis e funcionalmente eficientes. Somos, intrinsecamente, agentes de transformação social, dotados da capacidade singular de moldar o ambiente em que vivemos e, por conseguinte, exercer uma influência profunda e duradoura na qualidade de vida das pessoas. A arquitetura, quando concebida com um propósito genuíno e uma sensibilidade aguçada, emerge como uma ferramenta poderosa e versátil para impulsionar a inclusão, promover a sustentabilidade e, de maneira abrangente, aprimorar o bem-estar em nossas comunidades.

A Responsabilidade Social do Arquiteto

Em um cenário global marcado por disparidades sociais gritantes, onde o acesso a moradias dignas, a sistemas de saneamento básico adequados e a espaços públicos de qualidade se configura como um privilégio reservado a uma minoria, nós, arquitetos, não podemos nos restringir a atender passivamente às demandas do mercado imobiliário ou aos anseios de uma clientela abastada.

É imperativo que assumamos a responsabilidade de contribuir ativamente para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, empregando nosso conhecimento técnico e nossa inventividade para solucionar desafios sociais e ambientais prementes. Isso frequentemente implica em uma reavaliação do modelo tradicional de prática arquitetônica, buscando abordagens que priorizem o impacto social em detrimento da busca incessante pelo lucro imediato.

“Arquitetura deveria falar sobre sua época e lugar, mas ansiar por atemporalidade.” Frank Gehry

Essa citação perspicaz nos recorda que a arquitetura não se limita ao presente, mas se projeta para o futuro que almejamos construir. Projetos que visam a transformação social devem, portanto, considerar as necessidades das gerações vindouras, fomentando a sustentabilidade, a resiliência e a capacidade de adaptação às mudanças climáticas.

Essa visão de longo prazo exige a incorporação de princípios de Life Cycle Assessment (LCA) em nossos projetos, permitindo uma avaliação abrangente do impacto ambiental de cada etapa do ciclo de vida de um edifício, desde a extração dos materiais brutos até a sua eventual demolição e descarte.

Na próxima coluna, apresentarei exemplos de projetos que transformaram a sociedade onde foram executados.

Arquitetura como Agente de Transformação Social (Pt 1.)