Segurança Explosivos Civis – Por aqui, já sabemos, só se erra uma vez! Não haverá segunda chance! O transporte de matérias primas, a fabricação, a manipulação, o armazenamento e a aplicação de explosivos e acessórios requer capacitação técnica e extremo cuidado. Entre eles, o Dinamite é o mais popular dos explosivos civis.
O processo de fabricação.
A Nitroglicerina (mistura de Glicerina + Ácido Sulfúrico + Ácido Nítrico) com o diatomito (terra diatomácea adsorvente inerte) e pó de alumínio. O cartucho protetor da massa, o tamponamento de detonação, espoleta, stopin booster, retardos e o cabo elétrico/cordel/pavio detonador são os considerados acessórios. Apresenta-se na forma do “encartuchado” ou banana, o granulado e o formato bombeado tipo gel.
O Anidro Amônio Fuel Oil (ANFO) é uma mistura de nitrato de amônia sólido e o óleo mineral. O manuseio fácil lhe permite ser utilizado com segurança em minas, exploração de pedreiras, e construção de túneis. A reação básica, durante a detonação, é a decomposição do hidrocarbono e do nitrato de amônia em CO2, nitrogênio e água.
ANFO, acrónimo do inglês Ammonium Nitrate / Fuel Oil, é um explosivo produzido pela mistura de hidrocarbonetos líquidos (geralmente óleo diesel ou marítimo, por vezes querosene), com nitrato de amônio.
Consiste em 94% de nitrato de amônio granulado (NH4NO3), (AN) que atua como oxidador e absorvedor para o combustível – com 6% de combustível fóssil.
Nos EUA é usado na agricultura, como fertilizante.
O uso do nitrato de amônio como fertilizante – O nitrato de amônio é um fertilizante nitrogenado, com fórmula molecular NH4NO3 que contém 32% de nitrogênio na sua composição, sendo metade do nitrogênio na forma de nitrato, e metade na forma de amônia. Ao ser aplicado no solo, na presença de oxigênio e água, o produto final será oxigênio, nitrato e água, pois a amônia, na maioria dos solos, será transformada da forma amoniacal para a forma nítrica através da ação de bactérias nitrosomonas. Apresenta elevada solubilidade em água, sendo frequentemente usado em culturas fertirrigadas. É considerado a forma mais eficiente e rápida dos fertilizantes nitrogenados, além de apresentar maior resistência para perda do nitrogênio para a atmosfera, quando comparado à outros fertilizantes nitrogenados. O nitrogênio nesta forma volatiliza pouco, pois se encontra já na forma química em que as plantas absorvem, resultando também em menor impacto ambiental. Deve ser armazenado em local fresco e arejado, longe de produtos inflamáveis e não fertilizantes.
Uma vantagem deste produto, é o fato de que o nitrogênio nítrico apresenta uma disponibilidade mais rápida para as plantas, ao passo que o nitrogênio amoniacal tem uma disponibilidade mais prolongada, pois deve passar pelo processo de nitrificação. Outra vantagem é que este produto é menos perdido por volatilização, e acidifica menos o solo do que o MAP e DAP, pois parte do nitrogênio já está na forma nítrica, ocorrendo menos nitrificação do que em outras fontes.
Limitações do nitrato de amônio como fertilizante
O nitrato de amônio é bastante higroscópico (absorve bastante umidade do ar), possuindo uma grande tendência à solidificação. Assim, deve ser armazenado em local seco, fresco e arejado, e pode também ser tratado com antiaglomerante. Além disso, é um produto com alto poder oxidante, o que significa que quando interage com outras substâncias ou condições inadequadas, apresenta risco de combustão. Apesar disso, quando usado como adubo em condições normais se apresenta em forma estável e não inflamável devido ao tratamento industrial recebido, mas não deve ser exposto ao fogo, pois pode aumentar as chamas e gerar gases tóxicos, principalmente se for contaminado com material combustível. Desta forma, este produto carece de alguns cuidados: • Armazenar em local seco, fresco e arejado, longe de intempéries
Evitar o armazenamento próximo de produtos inflamáveis, faíscas e outros produtos fertilizantes
Em 1970 estudantes da University of Wisconsin–Madison (Universidade Wisconsin-Madison) usaram o ANFO em um protesto, é um dos primeiros usos como armamento. O nitrato de amônio não é um material explosivo em si, mas, em doses médias e altas e na presença de substâncias combustíveis, como óleo, ou fontes de intensas de calor, pode causar fortes explosões.
Recentemente o Porto de Beirute foi pelos Ares pela deflagração dos armazéns de Nitrato de Amônio, causando a morte de dezenas de pessoas e grande destruição. Uma mega explosão que devastou a capital do Líbano, Beirute, já fez parte de vários atentados ou acidentes industriais, inclusive no Brasil. A substância, um sal branco e inodoro, é usada primordialmente como fertilizante em forma de grânulos, altamente solúveis em água e que os agricultores compram em grandes quantidades. Também é um dos principais componentes de explosivos/dinamite usados em minas.
A capacidade destrutiva deste composto foi descoberta quando, em um porto no Golfo do México na década de 20, um navio de fertilizantes explodiu após vazamento de óleo diesel.
ANFO ocasionalmente foi usado por grupos como IRA, ETA e palestinos. Uma variante mais sofisticada da reação de ANFO padrão foi usado no Atentado de Oklahoma na Cidade de Oklahoma, tal forma sofisticada era a mistura de Nitrato de Amônio com o volátil Nitrometano.
Muito usado em obras civis, devido à sua alta estabilidade e segurança de armazenamento e manuseio. Só pode ser detonado com uma cápsula de Azida de chumbo ou Fulminato de mercúrio.
Ele se misturada com pó de alumínio pode aumentar a sua sensibilidade e poder destrutivo formando o ANFOAL.
Grandes quantidades da substância, 2.570 toneladas, permaneceram armazenadas no porto de Beirute após terem sido confiscadas de um navio que saiu da Geórgia com destino a Moçambique há mais de seis anos.
A estocagem dessa substância deve seguir normas rigorosas de isolamento de líquidos inflamáveis ou corrosivos, sólidos inflamáveis ou substâncias que emitam calor.
Em novembro do ano anterior, por exemplo, o Comando Logístico do Exército Brasileiro divulgou uma portaria estabelecendo “procedimentos administrativos para o exercício de atividades com explosivos e seus acessórios e produtos que contêm nitrato de amônio”.
Isso inclui regras rígidas para fabricação, importação, exportação, comércio, transporte, detonação, locação e utilização da substância.
A explosão em Beirute deixou pelo menos 100 pessoas mortas e outras milhares feridas. Cerca de 300 mil pessoas estão desabrigadas, informou o governo.
1- Fábrica das Basf – Alemanha
Um dos primeiros acidentes com nitrato de amônio deixou 561 mortos e quase 2 mil feridos em 1921. Ocorreu em uma fábrica da Basf em Oppau, na Alemanha, quando cerca de 4,5 mil toneladas de uma mistura de sulfato de amônio e nitrato de amônio explodiram.
Foram duas explosões, uma de menor intensidade e, em seguida, a maior, com efeitos catastróficos.
Elas foram ouvidas até em Munique, a 300 km de distância. Das cerca de mil casas da pequena cidade, 80% foram destruídas.
Não se sabem exatamente as causas da tragédia, pois todos os envolvidos morreram, mas acredita-se que foi causada quando trabalhadores tentaram “afofar” a mistura, que tende a se solidificar, transformando-se em uma substância parecida ao gesso, com pequenas cargas de dinamite.
Era uma prática comum na época, quando se pensava que misturas contendo menos de 60% de nitrato não explodiriam.
2- Navio no Porto de Texas City, no Texas (EUA) – 1947
Foi o acidente industrial mais mortal da história dos EUA e uma das maiores explosões não nucleares da história.
A tragédia aconteceu em 16 de abril de 1947, quando um incêndio no meio da manhã atingiu o navio SS Grandcamp, de bandeira francesa e ancorado no porto. As chamas provocaram a detonação de cerca de 2,3 mil toneladas de nitrato de amônio armazenadas na embarcação.
Isso iniciou uma reação em cadeia de incêndios e explosões em outros navios e nas instalações de armazenamento de petróleo vizinhas, matando pelo menos 581 pessoas nas proximidades, com exceção de um bombeiro.
O desastre levou à primeira ação coletiva contra o governo dos Estados Unidos, em nome das vítimas.
3-Atentado em Oklahoma City (EUA)
Em 19 de abril de 1995, o extremista americano Timothy McVeigh detonou uma bomba feita com duas toneladas de nitrato de amônio na frente de um edifício federal em Oklahoma City, capital do Estado de Oklahoma, matando 168 pessoas e ferindo outras 700.
O atentado levou as autoridades do país a endurecer as regras sobre o armazenamento da substância. Segundo a lei americana, instalações que armazenem mais de 900 kg de nitrato de amônio são obrigadas a passar por inspeções regulares.
4) Usina da AZF em Toulouse (França) – 2001
Cerca de 300 toneladas de nitrato de amônio armazenadas em um galpão da usina química AZF, em Toulouse, explodiram em 21 de setembro de 2001, causando a morte de 31 pessoas. A explosão pôde ser ouvida a 80 km de distância.
5) Atentado em discoteca em Bali (Indonésia) – 2002
O nitrato de amônio foi usado na fabricação de explosivos usados no atentado contra uma discoteca no distrito turístico de Kuta, na ilha indonésia de Bali, em 12 de outubro de 2002, que deixou 202 mortos, sendo 88 australianos, e 209 feridos.
O ataque envolveu a detonação de três bombas e foi reivindicado pelo grupo extremista Jemaah Islamiyah.
Por volta das 23h daquele dia, um homem-bomba dentro da discoteca Paddy’s Pub detonou uma bomba em sua mochila, fazendo com que muitos clientes, com ou sem ferimentos, fugissem imediatamente do local para a rua.
Vinte segundos depois, uma segunda bomba, muito mais poderosa e escondida dentro de uma van, foi acionada por outro homem-bomba.
Uma terceira bomba foi detonada do lado de fora do consulado dos EUA em Denpasar, que se acredita ter explodido pouco antes das duas bombas de Kuta, causou ferimentos leves a uma pessoa e danos materiais mínimos.
6- Ataque em Oslo (Noruega)
A substância também foi usada no ataque a bomba pelo extremista norueguês Anders Behring Breivik em 22 de julho de 2011. A explosão de um carro-bomba em Oslo, capital da Noruega, mirou o Regjeringskvartalet, bairro do governo executivo do país.
A bomba foi colocada dentro de uma van ao lado do bloco da torre que abrigava o escritório do então primeiro-ministro Jens Stoltenberg. A explosão matou oito pessoas e feriu pelo menos 209 pessoas, doze com gravidade. Breivik seguiu para a ilha de Utoya, onde assassinou outras 67 pessoas a tiros.
7) Usina da West Fertilizer, no Texas (EUA) – 2013
A explosão aconteceu nas instalações de armazenamento e distribuição da West Fertilizer Company em West, no Estado americano do Texas, enquanto serviços de emergência tentavam debelar um incêndio criminoso na usina.
Quinze pessoas morreram, mais de 160 ficaram feridas e mais de 150 edifícios foram danificados ou destruídos.
Os investigadores confirmaram que o nitrato de amônio foi o material que causou a explosão. Em 11 de maio de 2016, o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos dos Estados Unidos anunciou que o incêndio havia sido causado deliberadamente.
8- Armazem no Porto Tianjin, China
Uma explosão em um armazém pertencente a uma empresa de logística de produtos químicos no porto de Tiajin, na China, deixou 173 mortos e centenas de feridos em 2015. Produtos químicos e nitrato de amônio estavam armazenados juntos na instalação, localizada no leste do país.
Foram duas explosões iniciais, que ocorreram a 30 segundos uma da outra. Mas a segunda explosão foi muito maior e envolveu a detonação de cerca de 800 toneladas de nitrato de amônio (equivalente a 336 toneladas de dinamite), formando uma bola de fogo que pôde ser vista à distância.
Os incêndios causados pelas explosões iniciais continuaram a queimar sem controle durante o fim de semana, resultando em oito novas explosões em 15 de agosto. Dos 173 mortos, 104 eram bombeiros.
9) Tanque da Vale Fertilizantes em Cubatão (Brasil) – 2017
O incêndio começou na tarde de 5 de janeiro de 2017, depois de uma explosão em uma correia transportadora que alimentava o armazém da unidade de nitrato de amônio da Vale Fertilizantes, subsidiária da Vale, em Cubatão, em São Paulo.
A estrutura foi evacuada e nenhum funcionário ficou ferido.
O acidente aconteceu quando um dos tanques da empresa explodiu, provocando um grande vazamento de nitrato de amônio. Seguiu-se, então, um grande incêndio, com a emissão de grande quantidade de fumaça tóxica, resultante da queima de nitrato, de cor laranja avermelhada.
Técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) foram ao local e, com ajuda de um drone, monitoraram a área. O incêndio só foi completamente extinto após 15 horas. Um bombeiro precisou ser socorrido, vítima de intoxicação. Ele foi medicado e liberado.
A Segurança em todas as fases é princípio básico de sustentabilidade. Seja matérias primas, no fabrico, na movimentação e armazenamento, no transporte, na aplicação de explosivos ou na destruição de rejeitos/resíduos, Você não tem segunda chance não.
Atualmente, a nitroglicerina é usada como um vasodilatador bastante potente, geralmente administrado por via sublingual para aliviar e prevenir crises de angina.
Ocorre que o trabalhador em contato habitual e permanente com o material/exudação e direto até mesmo durante a escorva do encartuchado nas mais diversas etapas (NITRITO DE SÓDIO + NITRATO DE AMÔNIO + ÓLEO MINERAL = DINAMITE), é paciente dos efeitos adversos da Vasodilatação. Quando se afasta (férias, auxílio doença, outros) sofre o efeito reverso com a vasoconstrição.
– A Vasoconstrição: Este efeito abrupto que ocorre no roganismo, causa o aumento da Pressão Arterial podendo gerar efeitos cardiovasculares adversos comprometendo o esquema circulatório como AC/VCE, derrames, infartos, até a morte.
Nitroglicerina: como um explosivo se tornou um medicamento cardiológico, e controle Pressão Arterial como a Losartana, Atensina, Vastarel, Benicar, Venzer. – Fonte: https://portugues.medscape.com/verartigo/6509182
É recomendável um rigoroso acompanhamento e controle da Segurança e medicina do trabalho!
Os mais conhecidos explosivos se apresentam como: encartuchados, Granulados, em Gel e explosivos de corte.
Uma atividade que não é para amadores. É atividade para profissionais altamente especializados. Preparados, meticulosos, criteriosos. Com explosivos, o erro só acontece uma vez; não haverá segunda chance!
Segurança Explosivos Civis