Hidrogênio verde ganha espaço na Feira de Hannover

Um dos cinco temas-chave da feira de tecnologia industrial deste ano é Hidrogênio e células de combustível
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Maquete no estande brasileiro mostra passo a passo da produção do hidrogênio verde GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC

Tema que está na agenda do Rio Grande do Sul em projetos de médio e longo prazo, a produção de hidrogênio verde ganhou mais espaço na Feira de Hannover 2023. Considerado, cada vez mais, o combustível do futuro, foi mencionado no discurso do governador da Baixa Saxônia, Stephan Weil, província alemã onde está localizada Hannover, na solenidade de abertura. “Milhares de companhias vão mostrar o que estão fazendo na área de hidrogênio verde, mantendo a boa tradição de Hannover de antecipar o futuro”, disse, na noite de domingo.

Um dos cinco temas-chave da feira de tecnologia industrial deste ano é Hidrogênio e células de combustível. Os outros quatro são Produção neutra em CO2, Indústria 4.0, Gerenciamento de energia e Inteligência Artificial e aprendizado de máquina.
Nesta segunda-feira (17), primeiro dia de exposição, a reportagem percorreu 12 pavilhões (são quase 20 ocupados neste ano) da feira ao longo de mais de duas horas no início da tarde, e pôde constatar que o tema, de fato, está na agenda das empresas. Em grandes estandes, como o da francesa Schneider Eletric, a informação ainda é do desenvolvimento de projetos piloto de aplicação de hidrogênio, caso da modelagem para uma fabricante de aço. Na alemã Harting, já há equipamentos voltados especificamente para a produção do combustível, iniciativa desencadeada a partir do momento em que se vislumbrou a nova tendência.

Feira de Hannover

Nos diferentes salões de Hannover, agrupados por temas, a produção de hidrogênio está presente em maior ou menor grau – em alguns casos o foco são peças, em outros automação, digitalização. Mas é no Pavilhão 13 da feira que se concentram diversas iniciativas focadas especificamente em hidrogênio verde e células de combustível. Gigantes globais como a espanhola Iberdrola, a norueguesa Yara e as alemãs Bosh e Siemens estão lá, cada uma apresentando seus projetos ligados ao hidrogênio verde.
Mas para além de equipamentos, projetos, máquinas, digitalização e automação, a produção de hidrogênio verde depende fundamentalmente de um insumo que a maioria dos países não dispõe em grande escala: fonte de energia solar e eólica.
“A Feira de Hannover e outros fóruns internacionais estão colocando o hidrogênio verde como combustível do futuro. Nesse cenário, o Basil tem muitas vantagens: temos sol, ventos constantes. Mas ainda é preciso avançar em regulamentação”, avalia o gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo.
Neste cenário, o Brasil desponta como um potencial ator de destaque, já que a geração de energia eólica e solar vem crescendo ano a ano, e podem ter impulso nos próximos anos, especialmente em parques eólicos no mar (offshore).
Todos os painéis desta segunda-feira realizados no estande do Brasil em Hannover, organizado pela CNI, tratavam da descarbonização da indústria, o que é visto como uma oportunidade para reindustrializar o País. Os debates incluíam, direta ou indiretamente, a pauta do hidrogênio verde. O projeto no Porto de Suape, em Pernambuco, foi o que ganhou maior destaque – há ainda iniciativas de hidrogênio verde planejadas para o Porto do Pecém, no Ceará, além do Porto de Rio Grande.

Estande brasileiro

Uma das principais atrações no estande brasileiro é uma maquete que mostra uma planta virtual de hidrogênio verde. De forma interativa, pode-se simular todo o processo de produção do combustível: da fonte de energia utilizada em sua fabricação – hidrelétrica, biomassa, eólica ou solar –, da separação do hidrogênio do oxigênio na molécula de água (eletrólise) ao armazenamento ao transporte para ser utilizada como fonte energética em fábricas ou, até mesmo, no transporte público.
O espaço do Brasil na Feira de Hannover é o maior dos últimos anos, destacou o vice-presidente da CNI e presidente da Fiergs, Gilberto Petry, que lidera a comitiva do País. Além disso, a participação da indústria brasileira no evento é rercode, a delegação conta com 170 integrantes.
Fonte: Jornal do Comércio