INPC registra variação de 0,48% em dezembro – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acompanha a variação dos preços da cesta de consumo de famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários mínimos, registrou um aumento de 0,48% em dezembro de 2024. Este resultado é superior ao observado em novembro de 2024 (0,33%) mas inferior ao resultado de dezembro de 2023 (0,55%). Com isso, a variação acumulada dos últimos 12 meses desacelerou para 4,77%.
Entre os nove grupos analisados, três se destacaram. No lado altista, os grupos Alimentação e Bebidas (1,12%; 0,28 p.p.) e Transportes (0,54%; 0,10 p.p.) foram os mais relevantes. No caso de Alimentação e Bebidas, os aumentos nos preços das carnes (4,92%; 0,17 p.p.) e da alimentação fora do domicílio (0,99%; 0,05 p.p.) tiveram grande impacto. Já em Transportes, os principais responsáveis foram a alta nos preços da gasolina (0,79%; 0,04 p.p.) e do transporte por aplicativo (20,78%; 0,03 p.p.).
No lado baixista, o grupo Habitação (-0,59%; -0,10 p.p.) se destacou, especialmente devido à queda na tarifa de energia elétrica residencial (-3,08%; -0,15 p.p.). Os demais grupos apresentaram variações mais modestas, com impactos entre 0,06 p.p. em Despesas Pessoais e Vestuário, e 0,01 p.p. em Educação.
No resultado de dezembro, antecipamos os principais movimentos verificados. Entretanto, as variações, especialmente em energia elétrica e carnes, foram os principais responsáveis pela surpresa baixista em relação ao originalmente projetado pela Assessoria Econômica da Fecomércio/RS.
No próximo mês haverá um alívio temporário na inflação devido à implementação do Bônus de Itaipu sobre o preço da energia elétrica, com impacto projetado de -0,76 p.p. no índice geral, o que ajudará a mitigar elevações em outros grupos, como o aumento nos preços do transporte intermunicipal em várias capitais e na continuidade das pressões sobre as carnes. Entretanto, ainda que haja um alívio temporário no primeiro mês do ano, a inflação continuará sob pressão em 2025. Já em fevereiro, haverá um efeito oposto ao de janeiro, com o retorno do preço da energia sem o desconto, além das alterações nas alíquotas ad rem de ICMS sobre combustíveis que devem intensificar a pressão altista, com contribuição de 0,12 p.p. no INPC do mês.
“Nossa previsão atual é de que 2025 deve encerrar registrando uma variação de 5,04%. Cabe destacar que, embora a expectativa de uma safra positiva e condições climáticas mais favoráveis possam ajudar a aliviar a inflação em alimentos, os preços devem seguir elevados, com pressões ainda intensas em alguns itens específicos, como carnes e café, configurando uma inflação de alimentos resistente para o ano. As pressões inflacionárias também devem vir do câmbio elevado, que, aliado à demanda aquecida, pode acelerar o repasse de custos, especialmente nos bens industriais. No setor de serviços, o aumento real dos salários e as transferências de renda do governo continuam a contribuir para a alta dos preços. Por fim, salientamos que seguimos monitorando fatores que podem influenciar nossas projeções, atualizando continuamente nosso cenário e acompanhando dados de alta frequência.”
INPC registra variação de 0,48% em dezembro