Victor Sottomaior Moreschi

Victor Sottomaior Moreschi

Assessor de Investimentos na Auroque Investimentos

A expectativa por trás do Banco Central Americano

Na quarta-feira, dia 2 de novembro, o Banco Central Americano (FED) se reuniu no Comitê de Política Monetária Americana (FOMC) e anunciou o 6º aumento consecutivo na taxa de juros, em mais 0,75 pontos percentuais.

Agora a faixa de juros está entre 3,75% a 4% ao ano, um valor baixo quando comparado com a taxa brasileira de 13,75%. No entanto, extremamente elevada para patamares dos “yankees”. Esse movimento já era esperado pelo mercado financeiro, portanto, não foi motivo de movimentação no mercado.

A ansiedade dos investidores estava no aguardo do discurso do presidente do FED Jerome Powell para ter indícios se o fim do aperto de juros estava próximo ou iria se prolongar.

Para que serve a taxa de juros do Banco Central Americano

Os bancos centrais espalhados pelo globo utilizam a taxa de juros como uma forma de controlar a inflação. Dessa forma, ao aumentar a taxa de juros, o custo para ter crédito ou captar financiamentos fica mais elevado, dificultando o consumo da população. Essa diminuição das compras afeta a “lei da oferta e da procura”, ou seja, quanto menor a procura, menor o aumento dos preços.

O Discurso de Jerome Powell

Seguindo a lógica de controle da inflação, que está em seu maior patamar dos últimos 40 anos, o discurso do presidente do FED deixou os investidores receosos. Ficou claro que mais aumentos na taxa irão ocorrer para trazer o índice de preços para a meta de 2% ao ano.

Por isso, a quarta-feira (2) contemplou uma queda no mercado de ações americano, já que a expectativa é de manter a economia desacelerada por um período prolongado. A expectativa é de manutenção e posterior queda nos juros americanos a partir da metade de 2023, mas de um aumento menor já na próxima reunião, como deu a entender nesse trecho dito por Powell: “É muito prematuro pensar em pausar a alta de juros, mas em dezembro faremos uma nova avaliação”.

O Mercado de Trabalho Americano no Contexto

Um dado que preocupa o FOMC é a taxa de desemprego americana, que está extremamente baixa. Por mais contra intuitivo que possa parecer, uma taxa de desemprego muito baixa pode ter efeitos negativos na economia, pois tende a alavancar a inflação.

Nesta semana, os dados de emprego vieram acima da expectativa do mercado, o que traz ainda maiores preocupações para o Banco Central Americano. Os EUA criaram 261 mil vagas em outubro, enquanto o esperado eram 200 mil vagas.
A questão do desemprego é muito delicada para as empresas americanas, porque estão com dificuldade para contratação de mão de obra, devido a pouca oferta de trabalhadores.

Mercado de Ações Banco Central FED

A taxa de juros americana apresenta forte influência no mercado acionário, tanto no americano como em todos os mercados do mundo. Normalmente, existe uma correlação inversa entre estas 2 variáveis: uma alta no juros derruba o mercado de ações e vice-versa.

Portanto, para um investidor mais arrojado, que investe em ações, uma medida de segurança pode ser o investimento em empresas mais consolidadas, porque elas são menos relacionadas a esses movimentos do mercado. Por outro lado, para um investidor mais conservador, esse é um bom momento para se aproveitar das altas taxas da renda fixa.

Banco Central Americano FED
Banco Central Americano

 

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