Analistas discorrem sobre o impacto das eleições na Bolsa de Valores

De acordo com Pedro Cerize, da Skopos Investimentos, projetos com maiores benefícios sociais, como saúde gratuita, não dialogam com inflação baixa.
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Analistas discorrem sobre o impacto das eleições na Bolsa de Valores. O segundo turno das eleições está se aproximando e, com isso, também aumentam as dúvidas sobre o impacto do cenário político na economia e nos mercados.

Na leitura de Pedro Cerize, sócio-fundador da Skopos Investimentos, os questionamentos são justificados pois “não há como dizer que política e economia estão separadas, tanto é que chamamos de política econômica” as medidas que são tomadas pelo governo que impactou todo o sistema econômico.

O gestor, que voltou ao Stock Pickers 167 para falar sobre Federal Reserve (Fed) e a recessão nos EUA, situação do Bank of England, o futuro da guerra na Ucrânia e outros assuntos que estão sendo ponto de atenção no mercado financeiro, fez também uma análise sobre Brasil e como a escolha presidenciável deve impactar nossa economia.

Inflação e taxa de juros: impacto das eleições na bolsa  

Neste sentido, Cerize destacou que “inflação é uma escolha da população”. Isso porque projetos com maiores benefícios sociais, como saúde gratuita, não dialogam com inflação baixa.

No caso juros, o gestor tem uma explicação do por que, mesmo com as taxas elevadas, nossa Bolsa não tem um retorno mais baixo. Para aprovar o lucro de um investimento, o conselho estabelece uma determinada taxa, que tem como mínimo o valor do juros no país. Por isso, investimentos aprovados no Brasil possuem retornos maiores do que na China, por exemplo.

“Se o juro de equilíbrio no Brasil for 4%, só aprovaremos retorno real acima de 10% — e nossa Bolsa vai dar 10% ao ano”, complementa.

O gestor acredita que, ao trazer governos que trazem o crescimento estrutural para baixo, as ações sobem menos, levando a uma queda dos lucros e dos múltiplos, com a persistência de uma visão menos positiva no longo prazo. “Toda vez que se tem maior participação do estado, ele tira dos outros. E dos outros, uma parte é lucro, outra parte é salário”.

Assim, para Cerize, um governo que tenha maior interferência na economia impacta negativamente o desempenho da Bolsa.

O gestor afirma ainda que, eventualmente, forçar a taxa de juro para baixo também será ruim para a Bolsa no longo prazo.

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Fonte: InfoMoney