Segmento de óticas apresenta retração no pós-enchentes

O grande destaque no segmento fica por conta da queda acentuada do faturamento do setor, conforme indicaram 62,8% dos entrevistados.
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Segmento de óticas apresenta retração no pós-enchentes

Segmento de óticas apresenta retração no pós-enchentes – A Fecomércio-RS divulgou a Sondagem do Segmento de Óticas de 2024. Realizada de 09 de outubro a 06 de novembro de 2024 a pesquisa abordou 385 estabelecimentos do segmento, selecionados de forma aleatória no RS, sendo todos optantes do Simples Nacional. Além das características gerais do segmento, a pesquisa também fez questionamentos acerca do processo de enfrentamento à tragédia climática que assolou o estado ainda no primeiro semestre do ano, em que chama atenção o impacto negativo reportado por 65,1% de todos os entrevistados.

O grande destaque no segmento fica por conta da queda acentuada do faturamento do setor, conforme indicaram 62,8% de todos entrevistados. Entre esses, a receita dos negócios foi, em média, 49,0% do que era esperado antes da tragédia para o mês de maio. Tanto que mais de três quartos (67,8%) dos entrevistados não tiveram receitas suficientes para cobrar todas as despesas de maio, usando sobretudo as reservas da empresa e dos sócios, conforme reportaram, respectivamente, 63,6% e 42,5% dos negócios que foram deficitários em maio. O crédito também foi alternativa, com 19,9% dos que não tiveram receitas suficientes em maio acessando linhas de crédito habituais e 20,3% acessando linhas específicas aos afetados pelas enchentes – o que significa que apenas 13,8% dos 385 entrevistados conseguiram acessar o crédito direcionado.

Apesar do impacto financeiro, no que diz respeito ao movimento das vendas atual, 75,1% avaliam que seu faturamento está semelhante ao que era esperado antes da tragédia; 10,9% consideram que já está maior e 14,0% percebem um nível mais baixo. Dentre os principais empecilhos ao crescimento das vendas, o mais citado (57,1%) foi o baixo crescimento da economia, seguido das concorrências informal (28,1%) e formal (27,5%), além da carga tributária (27,3%).

“Passados mais de cinco meses, a maior parte do segmento das óticas indica a recuperação do patamar de faturamento. Por mais que seja um resultado positivo, a magnitude do impacto identificado na sondagem e a mobilização de recursos para fazer frente às despesas deixam claro que o desafio não está plenamente superado. Muitas empresas têm empréstimos a pagar e outras precisam recompor seu caixa. As enchentes não substituíram os habituais empecilhos enfrentados pelo setor, como a ameaça da informalidade, apenas adicionaram mais dificuldades ao cenário dos que foram atingidos.” Comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Entre os entrevistados, 58,7% esperam para as vendas nos próximos seis meses estabilidade; 28,8% esperam melhora e 12,5% piora. Para investimentos na empresa nos próximos seis meses, a pretensão é positiva para 45,5% dos entrevistados. Veja a Sondagem completa.

Sondagem de Óticas

A Sondagem de Óticas faz um levantamento sobre as principais características dos negócios do segmento, identificando o perfil em termos de estrutura, finanças, gestão e estratégia das vendas, além da qualificação da força de trabalho. O panorama geral do segmento identifica que mais da metade atua a pelo menos 5 anos no mercado (19,0% de 5 a 10 anos e 32,7% mais de 10 anos), sendo que, em regra, os negócios operam em apenas um estabelecimento (89,6%), com espaço físico alugado (92,2%), sendo que, para a vasta maioria (77,4%), mais da metade do faturamento mensal provém de artigos óticos. A vasta maioria (94,8%) tem controle de vendas e de estoques, com acompanhamento contínuo dos produtos mais vendidos (79,0%) e ampla utilização das redes sociais para impulsionar vendas (93,5%), com mais de dois terços (67,3%) indicando fazer anúncios pagos em mídia social e 44,2% estando em algum Marketplace. Para mais 53,2% dos negócios entrevistados, mais da metade das vendas acontecem de forma parcelada no cartão de crédito.

Segmento de óticas apresenta retração no pós-enchentes