A 2ª edição da Feira Imobiliária de Construção Civil (Imove), realizada em Arroio do Meio, encerra neste domingo. Mais de 20 mil pessoas devem percorrer pelos 50 estandes do CTG Querência do Arroio do Meio. Novos projetos, palestras e negócios movimentaram o setor durante os quatro dias de evento.
Conforme o presidente da feira, engenheiro Felipe Kirch, é preciso mobilizar o setor. “Os investimentos nos serviços do setor imobiliário devem ser feitos, mas para isso é preciso uma vitrine. Mostrar nossa força para a região”, afirma.
Na tarde desta sexta-feira, a economista da Fiergs, Caroline Lucion Puchale, traçou um panorama da região. A palestra “O perfil socioeconômico do Vale do Taquari e a importância da indústria de construção para a região” apontou que a indústria é o segundo setor que mais gera empregos, um total de 46,1% dos trabalhadores. No Estado, este percentual fica em 6,1%.
Ela demonstrou as características do PIB do Vale do Taquari. Os cinco municípios com maior renda percapta são, por ordem de participação, Imigrante, Westfália, Arroio do Meio, Lajeado e Muçum. Em termos de empregabilidade, Lajeado fica na frente, com a indústria dos alimentos, com 21,6% de empregos no setor.
No entanto, em termos de economia para o setor da construção civil os prognósticos são realistas. Mesmo com o resultado do IPCA no segundo mês em deflação de 0,36% este cenário poderá mudar em 2023. “Não foi algo estrutural, foi algo de decisão do governo que baixou o preço dos combustíveis. Daqui para frente vamos oscilar para baixo até o fim do ano, mas não vamos mais enxergar isso em 2023. Estamos prevendo um final de ano com 6,3% de inflação, dado todo aspecto eleitoral. Ano que vem as coisas voltam à normalidade”, afirma.
Economista na feira aborda Construção Civil
Segundo Caroline, a construção está atrelada muito com a taxa de juros. E mesmo com cenário de deflação, as taxas de juros permaneceram na casa dos dois dígitos. “A gente prevê que o Banco Central não vai fazer novos aumentos este ano. Mas é muito improvável que uma queda brusca.”
Afirma que o custo dos financiamentos irá descer lentamente e provavelmente a ainda vai ter um desaquecimento do setor devido a política econômica atual.
“O lado bom é que a região é muito movida pelo comércio e indústria de alimentos, que está muito aquecida. A taxa de juros 0,75% na Europa e EUA é de um cenário de desaquecimento da economia externa e isso se reflete numa menor demanda interna.”
Nova lei dificulta, mas energia solar ainda é economia
A partir do dia 7 de janeiro de 2023, a nova lei da energia solar (14.300/2022) deve entrar em vigor em todo o país. Trata-se de uma proposta derivada do projeto de lei 5.829/2019, apresentada pelo deputado federal, o pastor evangélico Silas Câmara, do Republicanos que vai taxar quem utilizar energia solar.
Hoje, quem gera a própria energia e produz mais do que consome, devolve esta energia à concessionária e ganha em créditos este excedente. Mas no próximo ano, não será mais assim.
O consumidor que gerar energia e tiver que devolver este excedente, deverá pagar uma taxa à concessionaria pelo uso da sua linha de transmissão. Mesmo com esta notícia não muito boa para quem mira o futuro da energia limpa, ainda assim, o investimento em energia solar é vantajoso e médio e longo prazo.
De acordo com o engenheiro e proprietário da Proinst Energia Solar, Fernando Knecht, é possível recuperar o investimento em menor tempo. “Mesmo com esta nova taxa, as contas de luz seguem em elevação e um investimento de energia solar tem cada vez menos custos para instalação. A recuperação vai de 4 a 5 anos.”
Conforme Knecht, a feira Imove traz à luz debates mais profundos sobre o setor, além de gerar mais negócios. “É uma visibilidade muito grande. Muitas pessoas conhecem a empresa ocorre fechamentos de negócios de sistemas fotovoltaicos. Há também a pré-venda, que posteriormente, fazemos os contatos para negócios.”
Joana Dalpian e as projeções da arquitetura
Arquitetura e o boom na pandemia
Conforme a arquiteta Joana Dalpian, a feira tem sido excelente para fazer contatos com novos clientes e também com os próprios expositores. “É momento de muito network, fechar parcerias, porque acabamos conhecendo mais empresas e possibilidades”.
A pandemia serviu para que houvesse um aquecimento no setor. As pessoas ficaram mais em casa e viram que era preciso mudar, para uma melhor qualidade de vida. Muita gente saiu do apartamento para uma residência com pátio. “O que se viu foi que as pessoas quiseram mudar seus ambientes internos. E hoje a tendência se mostra ainda com reflexo disso, pois é inserido muito verde no design interno, formatos que atuem para o bem estar e principalmente sustentável”, conta.
Mauro Alves Nunes, da Bela Vista Esquadrias
Imove: isolamento com vidros termo acústicos na construção civil
Mauro Alves Nunes, proprietário da Bela Vista esquadria de alumínio e vidros fez um protótipo para a feira. Uma caixa com a tecnologia de isolamento. Mesmo com uma JBL (caixa de som) ligada a todo volume não é possível ouvir nada devido ao sistema termo acústico. “A abertura isola o som e a temperatura externa, além de ter dois sistemas de ventilação horizontal e vertical”, explica.
A empresa trabalha desde 2004 com várias linhas, incluindo portões e grades em alumínio. Na linha de vidraçaria, conta com vidros temperados, laminados e termo acústicos.
Atrações continuam no sábado e domingo
Neste sábado, as 14h30min, ocorre a apresentação do grupo de danças alemãs, Helmuth Kuhn. Logo mais, show com Schtena Big Band e na sequência, os acústicos com Nando e Betânia Bersch e Elisandro Tatu. As atrações regionais continuam no domingo, com Paola Muller e Trio Lamaju e Banda.
Feira Imove Construção Civil