Principais Bancos Centrais do mundo demonstram fortes sinais de recessão global

Autoridades monetárias seguem preocupadas com escalada da inflação, enquanto observam riscos de uma recessão global
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Os principais Bancos Centrais do mundo estão cada vez mais elevando as taxas de juros e se preparam para uma recessão global. Nesta quinta-feira (8), o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, continuou sem indicar a magnitude da próxima alta de juros nos Estados Unidos. O próximo encontro do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) está marcado para os dias 20 e 21 deste mês. Nesta data, o monitor de juros do CME Group mostra que 86% das apostas apontam para um ajuste de 75 pontos base, levando a taxa para um intervalo entre 3% e 3,25%.

A fala de hoje do chairman, segundo analistas, serviu para ajudar a esclarecer a visão da autoridade monetária sobre os últimos dados do mercado de trabalho americano. O payroll divulgado na última sexta-feira (2) indicou a criação de 315 mil vagas em agosto, mas um aumento na taxa de desemprego, para 3,7%. “No relatório mais recente do mercado de trabalho, vimos um bem-vindo aumento da participação da força de trabalho”, disse Powell durante o evento do qual participou hoje.

“Powell ressaltou que o mercado de trabalho está forte, diferente da reação do mercado ao último payroll, em que vimos uma parte apontando que o desemprego subiu. Acho que o mercado de trabalho forte dificulta a chance de uma alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Fed”, afirma Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Um outro destaque na fala de Powell diz respeito ao risco de uma recessão. O presidente do Fed afirmou que é possível subir juros evitando impactos sociais muito altos. Na última vez em que o Federal Reserve uma inflação tão alta como a atual, no início dos anos 1980, a autoridade monetária elevou a taxa para a casa dos dois dígitos, provocando recessão e desemprego.  “A inflação pode ser domada sem custos sociais muito altos”, disse Powell.

Como de costume, o chairman reforçou o compromisso primordial do Fed em reduzir a inflação. “Mas de forma geral, ele deixou em aberto as possibilidades para a próxima reunião. O mercado vai se posicionar mesmo é com a inflação de agosto. Até lá segue essa volatilidade”, afirmou Cruz.  O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será divulgado na próxima terça-feira (13).

Europa segue outros bancos centrais e dá sinais de aperto monetário e recessão

Também nesta quinta, o Banco Central Europeu elevou os juros em 75 pontos-base nesta quinta-feira, confirmando as projeções da maioria dos economistas. A alta, sem precedentes, promete se repetir nas próximas reuniões da autoridade monetária. “Ao longo das próximas reuniões, o Conselho do BCE espera aumentar ainda mais as taxas de juros para diminuir a demanda e se proteger contra o risco de uma persistente mudança para cima nas expectativas de inflação”, disse o comunicado do BCE.

A mensagem foi reforçada pela presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, em coletiva de imprensa após a decisão. Além da perspectiva de inflação elevada, que deve levar a novas altas de juros, Lagarde chamou atenção para a desaceleração da economia europeia, com um cenário de menor demanda global. Uma disrupção no fornecimento de gás, com o corte de abastecimento pela Rússia, é outro agravante, tanto do ponto de vista de alta de preços como de queda na demanda.

Lagarde disse que a inflação europeia está se espalhando por uma gama de itens, incluindo em serviços. Sobre a magnitude da próxima alta, a presidente do BCE afirmou que “não será necessariamente de 75 pontos-base”. Analistas, por outro lado, acham difícil haver uma desaceleração no ritmo de aperto monetário agora. “A decisão de hoje foi hawkish [dura, mostrando preocupação com a inflação]. Ninguém sai da casinha para subir juros em 75 pontos-base apenas uma vez”, afirma Angelo Polydoro, economista da ASA Investments.

A sinalização de Lagarde é que os juros continuem subindo por pelo menos mais dois encontros. Não há expectativa de que a inflação na Europa se reaproxime da meta nos próximos três meses. A tendência, segundo a presidente do BCE, é que os juros cheguem em breve a um patamar neutro. Contudo, não há previsão para que o ciclo de aperto monetário chegue ao fim. “A taxa de juros terminal é desconhecida”, afirmou Lagarde.

Para Polydoro, da ASA Investments, o discurso de Lagarde deu a entender que a taxa de juros ainda está bem longe de fazer com que a inflação retorne à meta. “Houve uma revisão significativa da inflação para cima”, explica o economista. “Subir pouco os juros não vai ser suficiente para controlar essa alta de preço. O BCE vai ter subir bastante a taxa”.

Bancos Centrais recessão global

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