Mercado reflete queda na produção de veículos e emplacamentos no RS

General Motors, líder de mercado dos últimos cinco anos, terminou o mês de junho ocupando a sétima posição no mercado automotivo, com vendas 32,7% menores que as de maio.
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Foto: Darren Staples/Reuters

Os resultados das vendas de veículos no último trimestre espelham os impactos na Indústria Automotiva provocados pela falta de insumos nas cadeias produtivas, razão das fortes mudanças no perfil de mercado, nos segmentos de automóveis e comerciais leves, em comparação ao primeiro trimestre de 2021.

Trata-se de um período marcado por fenômenos, como o da General Motors, líder de mercado dos últimos cinco anos, que terminou o mês de junho ocupando a sétima posição no mercado automotivo, com vendas 32,7% menores que as de maio. Uma queda, em grande parte, decorrente da unidade de Gravataí, responsável pela montagem do Onix, modelo, até então, líder de mercado, mas que terminou junho com vendas de apenas 4.061 unidades, frente a média mensal de 17 mil veículos no início de 2021.

Além da GM, a Volkswagen, montadora primeira colocada no ranking do semestre, também foi afetada por problemas de produção em junho, registrando queda no volume de vendas de 20,9% em comparação a maio. A resultante desse cenário atípico foi, não só, a consolidação da liderança da FIAT, mas, também, outro fenômeno, como em junho, da participação do volume de vendas dessa montadora ter sido quase duas vezes superior ao da segunda colocada. Em números, a FIAT registrou 26,21% das unidades vendidas, superior à soma das participações de 13,38% da VW e de 9,87% da Hyundai, a terceira colocada no ranking.

Em relação ao comparativo entre junho e maio, o mercado de veículos no RS mais uma vez registrou um desempenho pior ao das vendas nacionais. Com exceção do desempenho no segmento de comerciais leves, com crescimento de 14,04% frente a 10,82% no país.

Segundo dados apurados pela Fenabrave/Sincodiv-RS, os emplacamentos de veículos em junho alcançaram volume menor em 4,84% frente a maio, desempenho um pouco pior ao do mercado brasileiro, que registrou queda de 3,03% em volume de unidades. Destacando-se nesta análise comparativa, o peso negativo da queda de 11,12% nas vendas de automóveis no RS, frente a menos 6,55% do mercado nacional. Enquanto no segmento de ônibus, o mais afetado em termos relativos pela crise da Pandemia, as vendas no Rio Grande do Sul registram elevação de 10,53%, contrapondo-se a uma redução de 6,96% no volume de vendidas nacionais.

“Mesmo com investimentos para aumentar a capacidade de produção mundial, como por exemplo, um bilhão de euros da Bosch, na nova fábrica de componentes na Alemanha, há, ainda, uma tendência pela continuidade da escassez do fornecimento de componentes e insumos para linhas de montagem. Tudo indica um segundo semestre difícil para a plena recuperação do setor automotivo. Uma crise de produção que apresenta contornos mais graves para o RS. Tendo em vista que o Estado abriga, em Gravataí, a linha de montagem dos modelos que lideraram as vendas nacionais por cinco anos. Essa unidade, desde março, está paralisada, com perspectivas, depois de seguidos adiamentos, de um retorno parcial da produção, apenas, em 16 de agosto. Ou seja, em meio a tantos desafios, um dos principais polos industriais do Estado se vê obrigado a permanecer inerte por seis meses, comprometendo a dinâmica de recuperação da economia do Rio Grande do Sul.” afirma Paulo Siqueira, presidente da Fenabrave/ Sincodiv-RS.

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