Anderson Lopes

Anderson Lopes

Jornalista e empreendedor

A cultura do erro como aprendizado da alma

A cultura do erro é vista de várias formas em diferentes países, no entanto é inerente ao ser humano. No vale do Silício àquelas pessoas que já foram à falência várias vezes e continuam tentando são chamados de empreendedores seriais. Os EUA estão mais abertos ao erro.

Por mais contraditório que isso possa parecer, as falhas fazem parte do processo e em muitos casos podem até mesmo acelerar os resultados. Quanto mais você erra, mais descobre um caminho que não serve e reduz as chances de errar de novo.
O erro algumas vezes é subvalorizado e o acerto, superestimado. Tanto nos negócios, quanto na vida, é preciso ver as escolhas erradas como um passo importante. Quanto mais você tenta, perseguindo um objetivo, maiores são as chances de acertar, pois a cada erro cometido, os caminhos equivocados são excluídos e o êxito se aproxima.

Na Finlândia, desde 2011, os políticos criaram o Dia Nacional da Falha. Nesta data, as figuras compartilham suas falhas e pisadas de bola.

Na Alemanha, eles acreditam que a falha deve ser corrigida imediatamente. Na fraude envolvendo motores a diesel da montadora Volkswagen, a presidente falou publicamente sobre o erro.

Os asiáticos têm maior dificuldades em lidar com o erro porque na cultura oriental a honra é levada acima de tudo. Os que erram, são tidos como motivos de vergonha e são vistos com desprezo.

No Brasil há uma cultura de não se aproveitar o erro. No momento que se erra, não se perdoa facilmente. Porém, o jeito de improvisar e costurar qualquer deslize com alguma desculpa esfarrapada, as vezes leva ao esquecimento e também impede o crescimento e o aprendizado.

Erro crasso da alma

O fato é que ninguém acerta todas. O velho ditado está certo: é errando que se aprende. Entretanto, há aqueles acomodados que esgueiram a vida alheia para lhes apontar os erros. Estes, geralmente, erram bem pouco. Isto porque não ousam nada diferente.

Não se encorajam a tentar o desconhecido. Esperam o fim acertado das rotas cotidianas. E na aposentadoria, ao fim e ao cabo, se mostram frustrados. Eles erram bem pouco, assim como também vivem poucas experiências. 

É um baita erro, muito embora não seja reconhecido como um e por conseguinte nada se aproveita. Trata-se de um erro abissal da alma humana: não fazer nada para não errar.  

Thomas Edison errou muitas vezes

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