A inflação continua a acelerar e a castigar a renda do brasileiro, pois em abril, o índice de preços teve alta de 1,06%, apresentando desaceleração em relação a março, quando o índice foi de 1,62%.
O resultado de abril foi o maior desde 1996 (1,26%). Com a elevação mês a mês, no ano, indicador acumula alta de 4,29% e, nos últimos 12 meses, de 12,13%.
Vale lembrar que a meta da inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 5%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira, 11, pelo IBGE.
Segundo o instituto, os principais impactos vieram de alimentação e bebidas – maiores variação (2,06%) e impacto (0,43 p.p.); e dos transportes – alta de 1,91% e 0,42 p.p. de impacto.
Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril. “Alimentos e transportes, que já haviam subido no mês anterior, continuaram em alta em abril”, elenca o analista da pesquisa, André Almeida.
A gasolina, grande vilã da inflação no ano, subiu 2,48% no mês, sendo o item com o maior impacto no índice do mês.
“A gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e a ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”, acrescenta Almeida.
A alta nos combustíveis impacta toda a cadeia produtiva brasileira, já que os preços impactam o frete de outros produtos.
No caso dos alimentos, a principal alta foi sentida nos alimentos para consumo no domicílio (2,59%), ou seja, na prateleira do mercado.
Houve alta de mais de 10% no leite longa vida e em componentes importantes da cesta do consumidor como a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%).
A alta nos preços continua generalizada. Houve ainda aceleração nos grupos Saúde e cuidados pessoais (1,77%) e Artigos de residência (1,53%).
O único grupo a apesentar queda no IPCA de abril foi Habitação, com -1,14%. Os demais ficaram entre o 0,06% de Educação e o 1,26% de Vestuário.
No caso de saúde e cuidados pessoais (1,77%), a alta decorre no aumento de produtos farmacêuticos (6,13%).
Em 1º de abril, passou a valer o reajuste de 10,89% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica.
As maiores variações no item vieram dos remédios hormonais (7,96%) e hipotensores e hipocolesterolêmicos (6,81%). Além disso, houve alta também nos produtos de higiene pessoal (0,85%).
O plano de saúde (-0,69%) segue com variação negativa, refletindo o reajuste negativo de -8,19% aplicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano passado.
O grupo habitação (-1,14%) foi o único a apresentar variação negativa em abril, devido à queda nos preços da energia elétrica (-6,27%).
“A partir de 16 de abril, houve mudança na bandeira tarifária, que saiu de bandeira de escassez hídrica, para bandeira tarifária verde, em que não há cobrança extra na conta de luz.
Desde setembro do ano passado, estava em vigor a bandeira de Escassez Hídrica, que acrescentava 14,20 reais a cada 100Kwh consumidos”, explica, o analista.
Por outro lado, foram registradas altas no gás de botijão (3,32%) e no gás encanado (1,38%). Neste subitem, houve reajuste tarifário de 7,72% no Rio de Janeiro (4,07%), a partir de 16 de março.
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Fonte: Veja/Abril