E-commerce brasileiro corresponde por 9% do varejo total no país

Com crescimento acelerado nos últimos anos, o setor continua impulsionado pelo crescente uso de smartphones e pelo sucesso do Pix, abrindo caminho para novas oportunidades no mercado digital, de acordo com a FTI Consulting.
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
E-commerce brasileiro corresponde por 9% do varejo total no país

E-commerce brasileiro corresponde por 9% do varejo total no país – A edição brasileira do Relatório de varejo on-line de 2024, desenvolvido globalmente pela FTI Consulting sobre tendências em comércio eletrônico, destaca que o comércio eletrônico brasileiro tem grande potencial de expansão. Embora o pico das vendas online tenha ocorrido durante a pandemia de 2020, com um aumento de 30%, o setor continuou a crescer a um ritmo mais rápido do que o varejo offline desde 2019. No entanto, o aumento do endividamento das famílias, que atingiu 48% do rendimento anual, impactou o crescimento do varejo online e físico nos últimos anos.

Apesar desses desafios, o mercado de comércio eletrônico no Brasil continua promissor, respondendo atualmente por 9% do total das vendas no varejo. Esse número, embora expressivo, ainda está abaixo de mercados mais maduros, como Estados Unidos, China e países europeus, além de vizinhos latino-americanos, como México (14%) e Chile (11%). Isto demonstra o espaço considerável para expansão à medida que mais consumidores preferem as compras online. Um dos principais fatores que impulsionam esse crescimento é o uso de smartphones como meio preferencial de compras online no Brasil. Em 2023, 55% das compras online foram realizadas através de smartphones, consolidando este dispositivo como uma ferramenta essencial para o e-commerce.

Empresas como o Magazine Luiza, que ampliou sua rede de distribuição para 22 centros e 206 unidades de cross-docking, mostram como grandes players estão investindo em logística para atender essa crescente demanda. Além disso, o Mercado Livre, que opera com 97% de seus vendedores sendo terceirizados, conquistou a maior participação de mercado (14,2%). Setores como a moda e a beleza têm registrado um crescimento significativo, acompanhando a popularidade dos eletrodomésticos e da tecnologia.

O comércio eletrônico brasileiro se beneficia de uma população jovem e cada vez mais conectada. A classe com rendimentos mais baixos, que representa cerca de 13% dos consumidores online, ainda tem uma participação limitada, mas espera-se que esta tendência mude à medida que o poder de compra destas pessoas aumente e que mais gerações tecnológicas se tornam consumidores mais influentes. Atualmente, 34% dos consumidores online estão na faixa etária de 35 a 44 anos, o que sugere um futuro promissor para a indústria.

Outro fator que fortalece o comércio eletrônico no Brasil é o uso crescente de soluções de pagamento digital. O Pix, criado pelo Banco Central, já é o segundo meio de pagamento mais utilizado no comércio eletrônico, atrás apenas dos cartões de crédito e débito. Além de aumentar a inclusão financeira, permitindo que mais consumidores participem do comércio digital, o Pix tem se mostrado uma alternativa atrativa para quem não tem acesso ao crédito. Segundo o Instituto Locomotiva, 81% dos brasileiros possuem conta em banco.

E-commerce brasileiro corresponde por 9% do varejo total no país