“Não gosto do termo agricultura familiar, está errado. O que existe é agricultura da grande e da pequena produção.”

Ex-presidente da John Deere Brasil, Paulo Renato Herrmann, falou sobre os desafios e oportunidades do agronegócio brasileiro
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Herrmann afirmou que irá faltar alimentos no mundo

Teutônia – Para o ex-presidente da John Deere Brasil, Paulo Renato Herrmann, termo agricultura familiar, está errado e deve ser readequado para propriedade de grande ou pequena produção. “O tamanho da propriedade não é relevante, mas sim o que se faz em cima dela.”

A frase foi dita no almoço empresarial alusivo ao Dia da Indústria, organizado pela CIC Teutônia. Com a palestra “O agro brasileiro: desafios e oportunidades”, Herrmann afirmou que na região há tecnologia para produzir tudo, mas é preciso ter quem compre.

 “Vai faltar comida no mundo” 

Segundo Hermmann, a força do Brasil e da região é a produção de alimentos. “A comida não nasce no supermercado. Temos produtores genuínos, transformadores de matéria-prima. Com o crescimento da população mundial, somos nós que teremos que alimentar essas pessoas”, estima.

Citando o cultivo da soja, o palestrante valorizou que o grão abriu criou infraestrutura no interior do Brasil, sendo o principal produto da balança comercial brasileira. “Precisamos ter autossuficiência em trigo; podemos cultivar girassol e produzir óleo, ao invés de importar; gastamos US$ 1,4 bilhão em azeite de oliva, ao invés de aproveitarmos as excelentes condições para a olivicultura.”

Referindo-se à preservação ambiental, Herrmann defendeu a consciência do produtor brasileiro. “Ele sabe que extrai da terra seu sustento, é uma regra básica, ninguém precisa dar aula de sustentabilidade ao produtor rural brasileiro. Temos capacidade de aumentar 30 milhões de hectares em grãos sem cortar uma árvore.”

Almoço empresarial contou com a presença de lideranças regionais na CIC Teutônia

Desafios

Conforme o atual cenário, Herrmann mencionou os desafios mundiais para o agronegócio: efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, levando à escassez de fertilizantes, por exemplo; o preço dos combustíveis e das commodities agrícolas. “Vivemos um momento de transição, de discutir o que vai ser feito. Por outro lado, a crise faz a gente repensar, encontrar novas soluções, tempos de oportunidades e negócios. A sociedade só avança na crise”, concluiu.

O que diz a lei

De acordo com a Lei nº 11.326/2006, para ser considerado como agricultor familiar é preciso que a propriedade tenha, no máximo, quatro módulos fiscais (que varia conforme o município e a proximidade maior ou menor com as zonas urbana e rural).

É preciso averiguar qual módulo é predominante na mão de obra da própria família, assim como a base de sustentação da renda familiar.

Pronaf, que financia projetos ao pequeno produtor rural, com juros mais baixos do que aqueles aplicados aos demais tipos de produtores.

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