Tendências de mercado e metaverso são destaques no primeiro dia na Jornada da Alimentação 2022

Workshop abordou, entre outros assuntos, a indústria de alimentos a bordo do metaverso e o que muda na percepção, filosofia, futuro e realidade imaginada
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Programação do primeiro dia do Workshop contou com sete palestrantes. Foto: Frederico Sehn

“Um evento que busca disseminar o máximo de conhecimento sobre esse universo tão vasto que é a área de alimentos”. Assim Tânia Gräff, coordenadora do XIX Workshop em Alimentos, abriu as atividades da Jornada Técnica do Setor Alimentício (AlimentaAção) na manhã desta quarta-feira (27) no Clube Tiro e Caça. A programação contou com sete palestras ministradas por profissionais da indústria alimentícia com vasta experiência na área, inclusive no mercado internacional, como a portuguesa Ana Sofia Gomes, que atua na espanhola Ceamsa. Entre os temas abordados, tendências, inovação, agenda 2020-2030, texturizantes, bióticos e o metaverso.

Tendências de mercado

A primeira apresentação foi do engenheiro de Alimentos, especialista em Pesquisa e Desenvolvimento, que trabalha na área de Inteligência de Mercado da Innova Market Insights, Danilo Pompeu, o qual abordou o “Futuro dos alimentos – Tendências no mercado moderno”, apresentando estudos e pesquisas da empresa que analisam o comportamento do consumidor e seu posicionamento diante dessas tendências.

Ao falar sobre incertezas e seguranças do cenário atual, ele alertou que o consumidor está cada vez mais preocupado com a busca por felicidade, saúde e estilo de vida mais leve, especialmente em termos de alimentação.

Ao citar os “top trends” de 2021, ou seja, tendência observadas no ano passado que vão guiar as decisões estratégicas da indústria em 2022, Pompeu descreveu quatro deles, apontando exemplos de produtos elaborados para atender essas demandas.

O primeiro destaque foi para o “planeta compartilhado”, que nada mais é do que a consciência de que “temos somente esse planeta e precisamos, de alguma forma, cuidar dele”. Nesse quesito observa-se a crescente atenção do consumidor para aspectos sustentáveis em sua dieta.

Outra forte tendência, segundo o profissional, é o “plant based“, que exige, cada vez mais, a criação de itens veganos com textura e sabores próprios, pois os consumidores querem opções de qualidade, mas esbarram em algumas restrições. “Enquanto a gente não otimizar o produto e trazer algo com preço mais acessível, esse mercado não vai crescer entre a população”, afirmou.

Pompeu ainda detalhou o “gut glory”, ligado à saúde holística com ênfase nos intestinos e em produtos que direcionam para o bem-estar digestivo e a imunidade; bem como as “experiências amplificadas”, que caracterizam o período pós-pandemia, quando as pessoas estão mais dispostas a novas vivências em relação à alimentação: “Elas querem provar mais sabores e produtos diferenciados”.

Para finalizar, ele ressaltou a valorização de produtos que contenham todas as tendências atreladas a si, como é o exemplo do Vigo Kombucha.

A indústria de alimentos e o metaverso

Percepção, filosofia, futuro e realidade imaginada foram alguns dos temas abordados pelo gerente de inovação da Duas Rodas, Fernando de Jesus, que ministrou a palestra “A indústria de alimentos a bordo do metaverso”. Segundo ele, ainda não existe uma definição clara do que é o metaverso, mas se sabe que não é um local, e sim uma visão de experiência que pode vir a acontecer. “Basicamente é um universo virtual, onde eu posso ter novas experiências e novos tipos de relacionamento, inclusive ser outra pessoa”, resumiu.

esus relatou que muitas empresas estão explorando o metaverso como uma prova de conceito: “Eu lanço primeiro no mundo virtual e, se ali as pessoas têm interesse por aquilo, eu trago para o mundo físico”. Da mesma forma, algumas marcas promovem ativações específicas, como validar na loja real um cupom obtido no ponto virtual.

“A gente está indo cada vez mais para uma realidade híbrida e isso abre um campo de experimentação bastante grande”, declarou. Trazendo o conceito para o mundo da alimentação, ele ponderou que é pouco provável que uma pessoa consiga comer no metaverso, mas que é possível que seu avatar faça isso.

Jesus ainda alertou sobre os entraves tecnológicos, como a necessidade de processamento para uma experiência completa, e sobre o risco de cair em uma “pornografia da mudança”, sem considerar os impactos das inovações na realidade local. “Como desenvolvedores de produtos, a gente precisa estar atento ao que está acontecendo. O metaverso não será a solução para empresas que têm problemas de construção de marca e relacionamento”, assegurou.

Como mensagem final, o profissional deixou dicas de como pensar o futuro: “aumente o seu poder de observação; aprecie o valor de ser um pouco antissocial; estude a história; aprenda a lidar com ambiguidade e a conviver com visões opostas; e deixe decantar, pois as coisas precisam de tempo”.

Continuidade do Workshop

O XIX Workshop em Alimentos da Jornada Técnica do Setor Alimentício (AlimentaAção) segue nesta quinta-feira (28), a partir das 8h, com mais sete palestras, as quais abordarão vitaminas e minerais, saúde imune, plant base, qualidade, rotulagem e abandono do pensamento linear. A programação contemplará ainda o Seminário Segurança de Alimentos, das 8h às 12h. A programação completa está em www.jornadaalimentaacao.com.br.